A partir da zero hora do dia 20 de outubro o país começa a conviver com mais uma edição do Horário de Verão. Assim como vem acontecendo há 28 anos, nesse dia, os relógios em dez estados e no Distrito Federal deverão ser adiantados em uma hora. A medida, que já faz parte da cultura do brasileiro, vai durar 119 dias, estendendo-se até a meia noite do dia 16 de fevereiro de 2014, quando os relógios terão que ser atrasados em uma hora.
Criado com objetivo de contribuir para otimização da capacidade de fornecimento do sistema elétrico do país, com o Horário de Verão, a CPFL Energia estima que as sete distribuidoras do Grupo que atuam no estado de São Paulo, Sul de Minas Gerais e Norte do Paraná, terão uma redução de 1% na demanda global por energia elétrica no horário de ponta em suas áreas de concessão, além de uma redução no consumo de 102.308 MWh, energia suficiente para atender cidades da CPFL Paulista, como Campinas por 11 dias, Ribeirão Preto por 22 dias, Bauru por 41 dias ou São José do Rio Preto por 37 dias.
Mas o ganho mais importante para o sistema elétrico consiste na diminuição do carregamento de energia nas linhas de transmissão e subestações no período do dia em que se tem o maior consumo: um intervalo de três horas entre o final da tarde e início da noite, que varia de região para região, devido ao escurecer diferenciado.
É nesse momento que o sistema atinge o seu pico de carga, ou seja: todos aumentam o consumo de energia ao mesmo tempo. Nesse período, entra em funcionamento o serviço de iluminação pública nas cidades, são acionados luminosos comerciais e aumenta o consumo de energia elétrica nas residências, pela maior utilização de chuveiros e aparelhos como ar condicionado.
Ao se deslocar o horário oficial em uma hora, dilui-se por um período maior o momento de entrada em funcionamento desses equipamentos, aliviando a carga sobre o sistema. A iluminação pública, por exemplo, começa a funcionar após as 19h, quando se encerram o horário comercial e as atividades industriais, em sua maioria.
Para a população, o ganho pode se refletir em qualidade de vida. Com dias mais quentes, a extensão da tarde convida a passeios e atividades físicas ao ar livre. A mudança no horário também faz com que as pessoas retardem o horário de utilização do chuveiro e da iluminação residencial, equipamentos que apresentam alto consumo de energia. Essas são as principais razões para a adoção do Horário de Verão pelo Brasil, seguindo passos de muitos outros países, principalmente na Europa e na América do Norte.
O brasileiro está, aos poucos, se conscientizando de que a medida, que para alguns pode trazer algum desconforto no que tange à adaptação ao novo horário, é uma solução inteligente para o país. Afinal, a experiência comprova que, além dos benefícios para a economia e para o sistema elétrico como um todo, há ainda a questão da socialização das pessoas e da promoção da prática de atividades ao ar livre, que se configuram também em ganhos à sociedade.
Por Marco Antonio Villela de Abreu, diretor de Operações de Distribuição da CPFL Energia