Leondenis Vendramim

Honestidade

A etimologia mostra que honestidade tem sua origem em “honestas de “honestamentum” ornamento, enfeite, atitudes que enfeitam o caráter, como: honra, verdade, honestidade. Honesto originariamente era ornamento, honrar, embelezar, é o ornamento do interior, da personalidade.

Deus testemunhou a respeito de Jó: 1:1 “Este homem era íntegro e reto, temente a Deus e se desviava do mal.” O ser humano honesto é comprometido com a verdade, não se rende à fraude, à propina em troca de favores, à falsidade ou à mentira.

O Salmo 1:1 diz “Feliz o homem que não anda segundo os conselhos dos ímpios, não se detém nos caminhos dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. No grego antigo “Aletheia” era um daemon (senhor) da verdade e da sinceridade.

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O vocábulo latino: “veritas” foi vertido para o português “verdade”. Ela opõe-se aos daemons Dolo (incentivador da mentira, trapaça, fraude, malícia, à deusa Apáte (do engano) e Pseudeia (da mentira) e à deusa Hemera (da persuasão e mentira).

Com tantos deuses propulsionando a mentira não é à toa que dizem “todos os homens são mentirosos”; o diabo pode descansar com tantos auxiliares neste quesito. O termo honestidade tem sua raiz etimológica mais recente no vocábulo romano “honos” que significa honra, dignidade.

Honestidade, atualmente é a virtude de quem é probo, íntegro, compromissado com a verdade, e comprovadamente de comportamento moral reto, ele nada tem a ver com mentiras, trapaças. Avassaladora e assustadoramente, agiganta-se a fama de nossos políticos! Jogam o concorrente na lama e depois, por um cargo, chapuzam no mesmo charco, mostrando-se como participantes das mesmas ignomínias que acusavam.

Segundo Afonso S. Taunay, Duque de Caxias, patrono do exército brasileiro, comprou uma fazenda no Estado do Rio de Janeiro, e ao conferir os bens adquiridos, encontrou sessenta escravos que não constavam da relação comprada. No seu julgamento, mantê-los seria desonesto, concedeu-lhes carta de alforria.

A Profetiza Ellen G. White escreveu: “A maior necessidade do mundo é a de homens – homens que se não comprem nem se vendam; homens que, no íntimo da alma, sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato; homens cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao pólo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus.”

Ruy Barbosa, em um trecho do discurso proferido no Senado Federal, em 1914: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.”

Note-se o que disse S. Júlio Schwantes: Numa época em que os valores morais são espezinhados com o cinismo mais deslavado, é preciso reacender no coração da juventude a chama da honestidade que aureolava tantos de nossos maiores… nosso país está atravessando uma crise de caráter particularmente aguda. Casos de desonestidade nos mais altos círculos da administração pública já não estarrecem a nação pela sua frequência.

São tantos e tão acintosos os atentados ao erário público, que quase se diria que a honestidade é a exceção e não a regra… o futuro do país está comprometido se esse estado de coisas perdurar.

O clima moral em que cresce a nova geração é tal que ganha pé a noção de que o supremo alvo da existência é o êxito pelo qual se pagará qualquer preço. (Colunas do Caráter, ps. 107-108)

Creio, que hoje, diante das mazelas acrescidas, o Doutor Schwantes ficaria estupefato diante da progressiva caminhada da imoralidade com que convivemos. É conhecido, que o filósofo Diógenes de Sinope, passava a maior parte de seu tempo mendigando pelas ruas de Atenas, morava num barril de madeira; cria que a pobreza era uma virtude.

Ao mesmo tempo, Diógenes andava com uma lanterna acesa à plena luz do sol. A ser questionado pelo povo ateniense sobre a razão dessa sua atitude, Diógenes respondia estar continuamente à procura de um homem que fosse incorruptível e honesto a toda prova. Já naquele tempo a honestidade era uma joia raríssima, e parece, agora, quase extinta.

Procurei em meus arquivos, e também não me lembrei os nomes, mas na Grécia, um juiz, ao ouvir uma testemunha que se revelava veraz, disse: Quanto a todas as suas palavras, testemunhos e juramento, em nenhum deles podemos acreditar. À segunda testemunha, Sófostenes, disse o magistrado: a sua palavra basta. Qual era a diferença tão evidente ao juiz?

Deus é o originador da lei moral. Cristo, praticante exemplar. Certa vez Jesus disse a seus ouvintes: Já não falarei muito mais convosco porque o príncipe deste mundo (o acusador) vem a Mim, mas ele nada tem contra Mim; contudo, assim procedo para que o mundo saiba que eu amo o Pai e faço como o Pai me ordenou. (João 14:30-31). O cristão segue seu exemplo, obedecendo à lei, pois “Se me amardes guardareis os meus mandamentos.” (João 14:15)

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