Zé, um grande amigo meu, estava indeciso em qual resposta dar à uma provocação recebida de um outro amigo nosso, o Antônio.
Antônio, conversando com o Zé, fez a seguinte pergunta a ele: Você gostaria de ser um idiota ou um político?
Zé ouviu, não respondeu e disse ao Antônio que iria pensar para responder.
Chegando em sua casa, Zé, foi buscar saber os significados e origens das palavras idiota e política.
Ao consultar dicionários, livros e até à Internet encontrou que a palavra idiota derivou da palavra grega idiotes, usada na Grécia antiga para definir o homem privado, isto é, metido com seus próprios afazeres, afastado da gestão da coisa pública.
Com a curiosidade ampliada, Zé, prosseguiu com a sua pesquisa e tomou ciência de que a palavra idiotes, através do latim, tornou-se idiota e se espalhou pelo mundo e também de que etimologicamente, a palavra, no seu início, não carregava juízo de valor.
Aí, Zé, quis ter um exemplo do que difere um juízo de valor de um juízo de fato. Pesquisando na Internet encontrou uma explicação que o esclareceu, que foi a seguinte: “Está chovendo”, há um enunciando de um acontecimento constatado e o juízo é juízo de fato. Se, porém, falar: “A chuva é boa para as plantas”, estará interpretando e avaliando o acontecimento. Nesse caso, profere-se um juízo de valor.
Satisfeito com os conhecimentos até então adquiridos, ainda, tomou conhecimento de que os gregos usavam a expressão idiotes para se referir a uma pessoa não instruída, pois só tomava parte na vida pública quem tivesse algumas luzes pois, do contrário à condição de leigo em questões do Estado era uma marca de inferioridade de classe.
Zé, sentiu que a partir de um determinado momento os gregos já estavam começando a ter uma visão depreciativa quando empregavam a palavra idiotes e que quando chegou ao latim já havia sido transformada na palavra idiota e carregava, ao lado do conceito primitivo de pessoa simples, sem instrução, iletrada, carente de inteligência e de discernimento, a de uma pessoa tola, ignorante e estúpida.
Posto isso, Zé, concluiu que o idiota é aquela pessoa que está fechada dentro de si e não participa da vida da comunidade e resolveu ir até o Antônio para dizer-lhe:
Antônio, gostaria de ser um político para participar da vida da comunidade, pois quero atuar e seguir a maneira de agir que preserve a união não apenas de um por todos e todos por um, mas a defesa da união de ideais que representam acima de tudo, à luz das práticas democráticas, à defesa das necessidades da comunidade sem deixar de dar, preferencialmente, o meu apoio às decisões estratégicas escolhidas e aprovadas pelo total da população devidamente representada.
Após ouvir a resposta do Zé, Antônio o questionou: Por que você optou em ser um político e não um idiota?
Ao que Zé respondeu: os ausentes nunca têm razão.
Então, Antônio, apertou a mão do Zé, e disse a ele: ao se tornar um político, não se transforme em um político idiota!