História

Em 2011 – quis o destino – a edição que comemorou os 20 anos de O Semanário (completados dia 15 de maio 2011) foi também a de número 1000.

Duas marcas históricas para o periódico fundado em 15 de maio de 1991, por José Carlos Darros e João Proença. Isso porque manter um veículo que preza pela qualidade da informação e defende os interesses sociais não é uma tarefa das mais fáceis.

Nesse período, nomes de gabarito passaram pelo comando do jornal, como o jornalista e escritor José Maria de Campos (falecido em janeiro de 2011), além do fundador José Carlos Darros, que, em 2007, partiu para novos desafios profissionais, deixando a direção do periódico nas mãos de seu sobrinho, Túlio Darros (atual proprietário e diretor). No entanto, mudam-se os nomes, mas o objetivo principal continua o mesmo: o compromisso com o leitor. Trabalhando com base nos interesses sociais e fazendo valer o lema “Informação com credibilidade”, o periódico soube se adequar as necessidades impostas pelo mercado. Tanto é que, em 2008, foram lançados os cadernos de Capivari e Mombuca, ampliando a área de cobertura do periódico e consolidando O Semanário como um dos principais veículos de comunicação da região.

Lidando diariamente com as dificuldades inerentes a um jornal do interior, O Semanário sempre se mantém fiel a uma linha editorial independente. Ao longo de duas décadas, o jornal cresce com a região, vê sua evolução, defende interesses sociais e contribui com a democracia. Já se foram cerca de um milhão e meio de exemplares impressos e mais de 20 mil páginas que estamparam cerca de 30 mil reportagens e fotos. E o sucesso desta caminhada é creditado pelo periódico a todos (leitores, assinantes, colaboradores e anunciantes) que, a sua maneira, também fazem parte dessa história, sendo peças fundamentais para o sucesso de O Semanário.

Você faz parte desta história!

Reportagem especial em comemoração à edição 1.000

“A cada edição, uma vitória comemorada” diz o fundador de O Semanário, José Carlos

Em 1991, um jovem idealista, José Carlos Darros, botou uma ideia na cabeça: fundar um jornal. O ambiente não era dos mais favoráveis em termos econômicos: uma cidade pequena. Logo, as dificuldades para administrá-lo seriam dobradas. “Manter um pequeno jornal no interior não é tarefa fácil. E, portanto, os anúncios, as assinaturas e a colaboração das empresas e poder público são fundamentais para que o veículo de comunicação seja sempre sólido”, diz ele.

No entanto, essa dificuldade foi e continua sendo superada ano a ano. E lá se vão quase duas décadas de “informação com credibilidade” – lema de O Semanário – e mil edições publicadas. “Com a chegada de O Semanário, a qualidade na informação aumentou, pois desde o princípio noticiamos ouvindo os dois lados da moeda. Isso nos deu credibilidade e confiança para continuarmos com nossa proposta de ampliar e oferecer sempre o melhor”, afirma. E para falar desta data marcante para o periódico, ninguém mais indicado do que o personagem que há 20 anos deu origem a toda esta história.

Confira a Entrevista

O Semanário – Como surgiu a ideia de criar um jornal?
José Carlos Darros –
A ideia surgiu com a instalação da primeira empresa jornalística na cidade, através da iniciativa minha e do meu amigo João Eduardo Proença, em 1990. No início, editávamos o Jornal de Capivari. Durante seis meses viabilizamos o lançamento do Jornal O Semanário de Rafard, que ocorreu no dia 15 de maio de 1991.

O Semanário – Como funcionava o processo de produção, impressão, maquinário e distribuição do periódico?
José Carlos –
Muitos jornais impressos na década de 80 estavam investindo em novos equipamentos em sistema offset. Vários leilões aconteciam para liquidarem com as máquinas antigas. Foi aí que conseguimos comprar três máquinas da marca Linotipo e uma impressora mono manual/folha. O processo de produção era artesanal. Para concluir a edição da semana, trabalhávamos 12 horas por dia durante toda a semana. Isso quando não apresentava nenhum problema. Muitas vezes virávamos noite e dia sem dormir para finalizar a edição. Tínhamos o setor de reportagens, que entregava a matéria escrita à mão ou em máquina de escrever. A digitação na Linotipo produzia linha em placas de chumbo que, após corrigidas linha à linha, passava para o processo de diagramação das páginas. A criatividade, a concentração e o cálculo matemático dos espaços eram todos preenchidos ou pelos textos, ou pelos clichês em madeira com os títulos em peças de tipo de chumbo. Na impressora, o operador soltava folha a folha para que encaixasse na pinça para a impressão margeada. Após dobradas e intercaladas as páginas na ordem, o Jornal era distribuído casa por casa pelos entregadores que recebiam a ordem de avisar os assinantes quando o jornal era lançado nas garagens ou colocado nas caixas de correio. A cada edição era uma vitória comemorada por toda a equipe.

O Semanário – Retornando ao início dos anos 90, como foi a receptividade dos leitores ao jornal?
José Carlos –
Para a população rafardense o Jornal O Semanário conseguiu apresentar de forma democrática e transparente os reais problemas que a cidade enfrentava. As dúvidas, quando surgiam, eram esclarecidas através das entrevistas. Os crimes eram comunicados ao povo, os alertas, as campanhas criaram corpo com a divulgação e os anunciantes conseguiram atingir objetivos levando a cada residência o produto ofertado.

O Semanário – Lembra-se das primeiras impressões, dos primeiros anunciantes?
José Carlos –
Tive a grande satisfação de receber na primeira edição o apoio de algumas empresas âncoras que são anunciantes até hoje no O Semanário. A população recebeu com muito orgulho a volta de um veículo de comunicação rafardense. Apesar do prefeito de Rafard da época não receber de braços abertos o veículo de comunicação, não nos intimidamos, seguimos com a nossa linha de trazer aos munícipes a informação que faltava aos finais de semana.

O Semanário – Na época, qual era o cenário político em Capivari e Rafard?
José Carlos –
Naquela época, os prefeitos eram mais ativos e participativos. Acompanhavam as obras de perto, andavam pelas ruas da cidade, encontravam com os eleitores podendo sentir os reais problemas da cidade. Quando havia algo de importante na cidade, a imprensa era convidada a seguir junto com o prefeito para reportar as decisões de perto e registrar os feitos. Infelizmente, hoje recebemos as informações através de releases mascarados para lustrar e propagar o político.

O Semanário – Quais as principais dificuldades encontradas no início?
José Carlos –
Acredito que as dificuldades foram e ainda são as mesmas, ou seja, a compreensão daqueles que sabem que para manter um pequeno jornal no interior não é tarefa fácil. E, portanto, os anúncios, as assinaturas e a colaboração das empresas e poder público são fundamentais para que o veículo de comunicação seja sempre sólido.

O Semanário – O que mudou nas cidades com a chegada de O Semanário?
José Carlos –
Com a chegada do O Semanário, a qualidade na informação aumentou, pois desde o princípio noticiamos ouvindo os dois lados da moeda. Isso nos deu credibilidade e confiança para continuarmos com nossa proposta de ampliar e oferecer sempre o melhor. A isenção na opinião sempre permaneceu no conteúdo jornalístico do O Semanário.

O Semanário – Há algum fato curioso, envolvendo o jornal, que o marcou?
José Carlos –
Acredito que o maior fato curioso que rendeu muito nas vendas das edições semanais de O Semanário foram as notícias do “Chupa Cabra”.  Até hoje é um mistério pra todos.  As edições eram aguardadas com expectativas novas sobre mortes misteriosas de animais que eram atacados por alguma coisa que nunca foi descoberta. As notícias foram destaques na região e também em outros países.

O Semanário – Em que ano começaram a utilizar computadores no jornal?
José Carlos –
Com a chegada dos computadores, em meados do ano de 1995, a redação do Jornal passou por profundas modificações. Os computadores deram mais agilidade na diagramação e formatação das matérias e fotos. Mas, com o novo processo, fui obrigado a terceirizar a impressão em offset por um ano, até a compra da primeira impressora offset adquirida pela Gráfica Darros. Daí em diante, a cada ano o jornal apresentava algo diferente na melhoria e qualidade do material impresso.

O Semanário – Como a tecnologia influenciou, modificou a produção de O Semanário?
José Carlos –
A tecnologia não tem limite. Por isso, os investimentos tecnológicos nunca devem parar. Sempre algo de novo será oferecido quando tem novos investimentos. O Semanário hoje é prova disso. Profissionais altamente capacitados e preparados sempre devem acompanhar as inovações para que nada passe despercebido e as novidades sejam oferecidas aos leitores.

O Semanário – Qual a importância de O Semanário para as cidades da região?
José Carlos –
O Semanário, apesar de ser um jornal fundado em Rafard, sempre foi considerado um jornal regional, pois é nele que atualizamos os fatos e as notícias que acontecem semanalmente nas cidades de Rafard, Capivari e Mombuca. Esta credibilidade em cobrir outras cidades se deu com a forma correta de atuar como meio de comunicação desde a sua existência. Se dizem que o jornal tem minha cara é porque acredito que eu passei um pouco de minha personalidade na forma de criar e fazer crescer O Semanário.

O Semanário – Na tua concepção, quais as mudanças mais significativas que o jornal sofreu ao longo desses 20 anos?
José Carlos –
Considero que todas as modificações no O Semanário foram necessárias, consequentemente são significativas, desde a implantação das máquinas, passando por sistemas novos de impressão, o jornal on-line deu novo impulso à era da leitura, a reformulação estrutural diagramativa, passando por novos sistemas de impressão, até as novas linguagens de comunicação apresentadas por profissionais que atuam no jornal.

O Semanário – Há alguma reportagem, fato de grande importância veiculado pelo jornal do qual se orgulha?
José Carlos –
Eu me orgulho de todos fazerem parte da equipe O Semanário. Acho que não existe reportagem melhor ou pior. Todas têm sua importância. Todas buscam formar opiniões. Todas, de alguma forma, contribuem para o fortalecimento social e educativo de nosso povo.

O Semanário – Quais experiências o jornal acrescentou a você como pessoa e profissional?
José Carlos –
Com toda certeza foi a busca da perfeição. Hoje procuro fazer sempre o melhor em todas as coisas que faço, seja ela profissional ou familiar. Procuro ser justo e sincero para que as coisas sejam resolvidas com maior clareza. Aprendi com profissionalismo a crescer intelectualmente na área da comunicação, a administrar meus negócios com mais firmeza e também reconhecer erros que cometi com minha inexperiência.  Tudo isso não seria possível se não fosse a compreensão e amor da minha família. Eu sou muito grato a eles.

O Semanário – O Semanário está completando 20 anos. Como imagina o futuro do periódico fundado por você?
José Carlos –
Imagino que O Semanário, na condução de uma pessoa que admiro muito, que confio e que tem toda a bagagem profissional adquirida ao longo desses 20 anos, sempre surpreenderá no futuro. Prova disso é o excelente trabalho que atualmente o diretor-proprietário Túlio Ricardo Darros dos Santos vem demonstrando na direção de O Semanário.  Entre os caminhos sempre haverá pedras, em algumas poderá até tropicar, mas com cuidado levanta sempre, tira todas lentamente e, com calma, deixa de lado e continua a seguir em frente. Quero congratular com o atual diretor, não esquecendo todos que contribuíram ao longo desses 20 anos. Alguns já não estão entre nós, mas todos, sem exceção, estarão no meu coração como peças que se encaixam num quebra-cabeça do sucesso.

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