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Haja paciência

Tadeu Morais é secretário estadual do Emprego e Relações do Trabalho (Foto: Arquivo pessoal)

Artigo | Por Tadeu Morais

Chega de rodeios e de tentar consertar

O drama de algumas pessoas que não conseguem dar entrada no seguro-desemprego ou penam para tirar a carteira de trabalho beira a irresponsabilidade.

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E, como paciência tem limite, vou ser direto. O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em 2011, implantou um sistema chamado MTE Mais Emprego que substituiu o Emprega São Paulo.

É esse sistema, o MTE Mais Emprego, que entre outras funções, cadastra o cidadão desempregado para que ele possa receber o benefício.

A intenção de termos um sistema único nacional, não nego, era boa. Mas, não levou em consideração as particularidades do nosso Estado. O atual sistema não consegue atender a demanda que São Paulo requer. Estados com imensas diferenças devem ser tratados diferentemente. Não melhor. Não pior. Mas, sem dúvida, diferente.

Aprendi como sindicalista que sou (e secretário que estou) que São Paulo não é lugar para amadores, nem para experimentos. O volume de pessoas que passam diariamente pelos nossos postos, não combina com um sistema como o que se apresenta – oscilante, lento.

O Emprega São Paulo era melhor? Sim. Por que foi trocado? Por imposição da União que hoje escapa de qualquer prejuízo – político, por exemplo – passando o atendimento da solicitação do seguro-desemprego para os Postos de Atendimento ao Trabalhador (PATs). As Superintendências regionais do MTE, em muitas cidades do Estado, não atendem mais a solicitação.

Os motivos alegados para que tenham interrompido o atendimento ao trabalhador são muitos. E, longe de querer questionar a veracidade dessas justificativas, não me sai da cabeça que fugir do problema, na melhor das hipóteses, seja uma das reais razões.

Além do problema com a entrada no seguro-desemprego, vivemos todo ano, o problema da falta de Carteira de Trabalho. Todo início de ano a situação se repete. As filas se formam. A explicação desse ano, e em pelo menos 2 anos anteriores, é sempre a mesma. Não temos carteira de trabalho porque a gráfica licitada pelo Ministério não imprimiu o documento.

Existem gráficas em São Paulo? Sim. Por que não imprimimos aqui? Mais uma vez, por imposição da União que vê o barco naufragar, não assume a responsabilidade e fica, às custas do cidadão, esperando que o tempo resolva.

E o tempo vai resolver? Sim. As Carteiras de Trabalho vão chegar? Claro. Algum desempregado deixará de receber o seguro? Também não.

Mas, o que o Estado de São Paulo fazia com excelência, o que nem era percebido porque funcionava, hoje passa por uma crise que precisa de soluções imediatas, que não penalizem as pessoas em momentos tão importantes de suas vidas – conquistar ou perder um emprego.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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