Leondenis Vendramim

Hábitos e costumes

Os dicionaristas trazem costume e hábito como sinônimos, podendo costume e hábito expressar uma atitude ou palavra repetida inconscientemente, repetida sem reflexão. Costume pode significar um traje e hábito, veste ou batina de um padre ou frade. Porém, alguns estudiosos mostram haver maior diferença.

Costumes são a maneira cultural peculiar de uma sociedade se manifestar. Como os piracicabanos e toda a região falar o “r” arrastado, ter modas de viola, cantar cururu, etc. Com a repetição são constituídas regras não escritas, mas seguidas. Os gaúchos repetem as tradições tão marcantes de sua sociedade; assim os nordestinos e mineiros.

O hábito é a maneira particular de uma pessoa ser e agir, é mais pessoal.

O dicionário filosófico de Carlos L. de Mattos traz diferença entre o singular “costume” que é o modo habitual de ser sem envolver a avaliação moral, e o plural “costumes”, com o envolvimento moral: (bons e maus costumes)
Em certas regiões militares e eclesiásticas, devido ao uso contínuo das vestimentas, estas foram apelidadas de “consuetudo”, o termo ainda é usado na jurisprudência, contudo, popularmente, firmou-se como hábito.

Como se adquire um hábito?

Somos incitados pelos órgãos do sentido a praticamos o ato estimulado. Com a repetição o ato torna-se um hábito e o praticamos sem mais incentivos. Daí a importância de se cuidar daquilo que contemplamos, manuseamos, ouvimos, etc., pois pode tornar-se hábitos maus e até imorais.

Para se obter um hábito mau ou imoral basta algumas repetições, enquanto o bom, até a sua repetição é dificultada. Todos os hábitos precisam de uma primeira vez e da sua repetição para ser formado. Eles são os constituintes do caráter. É o caráter que Deus levará em conta no julgamento final. É urgente e ingente a necessidade de melhorar o caráter.

Quão difícil e árdua é esta empreitada! Quantas promessas não cumpridas! Realmente, abandonar um vício, um mau hábito, é uma luta quase inglória, quanto mais mudar o caráter! A construção de um caráter leva a vida toda, com lutas terríveis contra o mal. S. Paulo expressou de sua própria experiência: “… a lei é espiritual, mas eu sou carnal… o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço… já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim.

Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum. Com efeito, o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Pois não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço. Miserável homem que eu sou, quem me livrará do corpo desta morte?” (Rom. 7:14- 24) Aos Efésios ele exarou: “Não temos de lutar contra a carne e o sangue, sim… contra os poderes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais da maldade nas regiões celestes.” (Efé. 6:12) O capítulo 12 aos hebreus é dedicado aos heróis que mantiveram a fé enfrentando a morte e diz-nos: “Ainda não resististes até o sangue, combatendo contra o pecado.” (Heb. 12:4) O próprio Jesus disse: Não vim trazer paz na Terra, (aos seus seguidores) mas espada. Pois eu vim trazer divisão entre pai e filho, entre filha e mãe, entre nora e sogra; os inimigos dos meus seguidores serão os de sua própria família, quem ama seus familiares mais do que a mim, não é digno de mim e quem não toma sua cruz e vem após mim, não é digno de mim. (Mat. 10:34-38)

O ouro é colocado num cadinho, que vai diretamente ao fogo para ser purificado das suas impurezas, só então seu valor é realçado. Assim, o ser humano não revela o cristianismo se não purgar moralmente suas corrupções no fogo das provações.

Você já teve de voltar, depois de ter rodado alguns quarteirões, só porque era uma trajetória costumeira, do seu dia a dia, mas errada para aquela jornada? Se não ativar bem a memória, certamente irá pela trajetória costumeira, embora errônea para o objetivo do momento. O Apóstolo Paulo não nos deixa sem esperança: “Dou graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor.” (Rom. 7:25) Ele nos perdoa as nossas fraquezas. “Ele conhece nossa estrutura, e se lembra que somos pó.” Sal 103:14

Não se alcança o céu pela graça e bondade divina carregando todos os defeitos de caráter. “Aquele que tem esta esperança purifica-se a si mesmo como ele é puro. (1 João 3:3) Embora tenhamos um Deus misericordioso, sempre solícito a perdoar, temos o dever de corrigir nossos defeitos morais.

O céu não pode receber pessoas que corrompam os santos, todos precisam usar as vestes brancas de um caráter impoluto. Paulo diz: Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado. (1 Cor. 9:27)

Emilson dos Reis menciona sobre o hábito: ‘O hábito é uma corda; tecemos um fio a cada dia e, finalmente não conseguimos rompê-la.’ ‘É mais fácil acabar com o mau hábito hoje do que amanhã.’ ‘Primeiro fazemos nossos hábitos, depois nossos hábitos nos fazem.” (MM 20/6/23)

Se caminhamos em direção ao reino de Deus, desvencilhemos dos maus hábitos, principalmente o de procrastinar, ou seja, de deixar para amanhã a batalha contra maus hábitos. Comece agora. A vitória será mais fácil do que amanhã. “Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração.” (Heb 4:7)

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