A situação do Corinthians é preocupante. Dentro e fora de campo. E no médio prazo as esferas externas e internas às quatro linhas sempre acabam se confundindo e produzindo juntas um único resultado.
Um clube com problemas financeiros e políticos que se soma a um time sem confiança e sem uma herança tática deixada pelo treinador que saiu se mostra um desafio gigantesco ao próximo treinador. Seja ele o interino Dyego Coelho ou outro que vier a ser contratado.
Todo e qualquer modelo de jogo deve ser condicionado pelo que os jogadores podem oferecer. Em todos os aspectos: técnico, tático, físico, emocional e podemos ir além, envolvendo algo espiritual, social e por aí vai.
Por exemplo, jogadores intimidados pelo momento dificilmente vão apresentar passes e/ou dribles ousados. Ou zagueiros lentos terão dificuldade em jogar adiantados porque não terão características para acompanhar atacantes velozes. Veja: situações físicas e emocionais interferindo na maneira de jogar.
Mas além dessas questões que são mais relacionadas ao campo, o comandante corintiano terá que ter outras competências que são até mais complexas.
A gestão do ambiente se mostra nesse momento a situação mais desafiadora a ser enfrentada. Capacidades de comunicação, liderança, habilidade de se relacionar, flexibilidade (rápida) de adaptação com uma consequente ação eficaz no ambiente, serão tão ou até mais importantes do que os conhecimentos técnicos.
Todo grande clube tem suas peculiaridades e uma história calcada em identidade de jogo e maneira de se relacionar com o torcedor. O bom treinador é aquele flexível o suficiente para se adequar ao ambiente e não chegar com um modelo já pronto.
Nesse atual instável Corinthians não há muita margem para testes e erros. Em uma temporada tão atípica vacilos custarão muito caro.
ARTIGO escrito por Marcel Capretz
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