Governo do Estado investe R$ 22 milhões em obras de restauro de prédios históricos das Oficinas Culturais
O investimento será utilizado no restauro de cinco imóveis – quatro deles tombados pelo Condephaat – em São Paulo, Iguape, Sorocaba, Bauru e Santos
O governador Geraldo Alckmin anunciou nesta segunda-feira, 9, em São Paulo, o investimento de R$ 22 milhões em obras de restauro de cinco edificações de grande relevância cultural para o Estado: as Oficinas Culturais Amácio Mazzaropi (São Paulo), Gerson de Abreu (Iguapé), Grande Otelo (Sorocaba), Glauco Pinto de Morais (Bauru) e Pagu (Santos). O investimento será feito por meio da Secretaria de Estado da Cultura, que gerencia as Oficinas. Além do restauro, serão feitas melhorias diversas, como adequações para melhorar a acessibilidade aos edifícios.
“Vamos restaurar os prédios históricos, tombados pelo Condephaat e de grande valor arquitetônico, para poder expandir as oficinas culturais. Trabalho superimportante de difusão, de capilaridade da cultura no Estado”, frisou Alckmin.
Dos cinco edifícios, quatro são tombados pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) e alguns deles também pelo Iphan e pelos órgãos municipais de preservação. Portanto, além de beneficiar diretamente milhares de pessoas atendidas nas atividades oferecidas pelas Oficinas Culturais com instalações renovadas, a liberação de recursos tem impacto direto sobre a preservação de bens relevantes do patrimônio cultural paulista.
O prédio em que está instalada a Oficina Cultural Amácio Mazzaropi, onde também funciona a SP Escola de Teatro, localizado no bairro do Brás, em São Paulo, foi construído em 1912 para abrigar a Escola Padre Anchieta e também é tombado pelos órgãos de preservação nas três esferas (Conpresp, Condephaat e Iphan). O custo para esta obra, que inclui a criação de um novo auditório, é de R$ 5 milhões. Serão restaurados os revestimentos originais da construção e as pinturas de parede remanescentes. Também serão reformados o telhado e todas as instalações elétricas e hidrossanitárias. A obra prevê, ainda, a instalação de um elevador para acesso aos andares superiores, tornando o edifício acessível.
Para a reforma e restauro da Cadeia Velha de Santos, serão liberados R$ 10 milhões. Trata-se de um dos edifícios coloniais mais antigos e importantes da cidade de Santos, declarado patrimônio histórico nas esferas municipal (Condepasa), estadual (Condephaat) e federal (Iphan). A sua construção foi concluída em 1869, quando foi instalada no edifício a Câmara de Santos e, um ano depois, a cadeia, que funcionou até 1956. O intuito da obra é manter a feição original do bem de modo a preservar também as marcas significativas das intervenções sofridas ao longo do tempo.
Também será restaurada a Oficina Cultural Regional Gerson de Abreu, em Iguape, que ocupa um casarão colonial do final do século XIX, construído para abrigar a Velha Cadeia da cidade. O imóvel foi tombado pelo Condephaat em 1975 e pelo Iphan em 2011. Com o custo de R$ 1,5 milhão, a obra prevê reforma do telhado e de todas as instalações elétricas e hidrossanitárias, instalação de iluminação, reparo das rachaduras, novo paisagismo e o restauro dos revestimentos originais e das pinturas parietais (de parede) remanescentes. Será criada, ainda, uma nova edificação anexa ao edifício, em harmonia com materiais, volumetria e ambiência do Centro Histórico de Iguapé. Visando à adequação aos parâmetros de acessibilidade, serão implantados um elevador, rampas e novos sanitários.
Patrimônio histórico de Sorocaba e do Estado, a Oficina Cultural Regional Grande Otelo, instalada no antigo prédio do Fórum Municipal, também será restaurada pelo Governo. O investimento será de R$ 1,7 milhão e prevê reforma do telhado e de todas as instalações elétricas e hidrossanitárias, correção de falhas estruturais e reparo das rachaduras, restauro de pisos, forros e esquadrias, além da proteção da edificação das raízes das árvores. Também será implantado um elevador para acesso aos pavimentos superiores e adaptadas escadas, portas, rampas e banheiros.
Por fim, outro imóvel a ser restaurado é a Oficina Cultural Regional Glauco Pinto de Moraes, localizada em Bauru. Com o custo de R$ 4 milhões, a obra inclui reforma do telhado e das instalações elétricas e hidrossanitárias, melhoria do solo, reparo das rachaduras, novos revestimentos e a proteção da edificação das raízes das árvores, além da implementação de um elevador e de rampas, escadas e sanitários acessíveis. Das cinco Oficinas que passarão por obras, é a única não tombada.
As licitações para contratação das obras devem ser realizadas até o final deste ano e a expectativa é de que os serviços se iniciem no começo de 2014. Os prazos de conclusão variam entre 15 e 18 meses, inicialmente.
Preservação do patrimônio cultural paulista
Nesta gestão, o Governo do Estado de São Paulo está investindo cerca de R$ 270 milhões na contratação de projetos e execução de obras de restauro de bens históricos tombados por órgãos do patrimônio cultural. O valor inclui investimentos diretos e convênios com as Prefeituras. Já foram recuperados edifícios importantes para o patrimônio cultural paulista em várias regiões do Estado, a exemplo do MAC-USP, onde antes funcionava o Detran.
Entre as diversas obras de restauro em andamento atualmente, destacam-se o Museu Casa de Portinari, em Brodowski; o Palácio dos Campos Elísios, na capital, e o antigo Fórum de Botucatu, que sediará a primeira unidade da Pinacoteca no interior.
Além disso, desde o ano passado a preservação do patrimônio histórico faz parte do ProAC Editais – uma das modalidades do programa de incentivo à cultura do Governo do Estado de São Paulo. Por meio de concursos, o programa seleciona propostas de restauro para bens tombados previamente escolhidos. Os autores das melhores propostas recebem um prêmio em dinheiro para desenvolver os projetos.
No ano passado, o edital contemplou projetos de restauro para o Palácio do Imperador (Itapura), Casa Caramuru (Ribeirão Preto) e Sobrado Coronel Esmédio, também conhecido como Museu das Monções (Porto Feliz). Os vencedores já foram selecionados e os projetos estão agora em desenvolvimento. No total, os prêmios somam R$ 1 milhão.
A iniciativa, inovadora, deu tão certo que o edital deste ano teve a verba aumentada para R$ 1,5 milhão. Ganharão projetos de restauro o Sobrado Aguilar Vallim, em Bananal, e a Destilaria Central de Lençóis Paulista. As inscrições de propostas estão abertas até 16 de outubro.
Oficinas Culturais
As Oficinas Culturais do Estado são equipamentos de formação cultural que têm como principais objetivos oferecer à população em geral o contato com o fazer artístico, capacitar pessoas que trabalham diretamente com cultura e colaborar para a pesquisa e experimentação de diversas linguagens artísticas. São 21 Oficinas em todo o Estado, sendo seis na capital e as demais no interior e litoral. Com cursos e workshops abertos a toda a população, além de projetos em rede que beneficiam cidades no entorno das sedes, as oficinas atenderam cerca de 90 mil pessoas no ano passado.
SP Escola de Teatro
A SP Escola de Teatro, que compartilha o edifício da Oficina Cultural Amacio Mazzaropi, em São Paulo, é um Centro de Formação das Artes do Palco. Ela oferece cursos gratuitos envolvendo várias áreas das artes cênicas, desde atuação, direção e dramaturgia à iluminação, sonorização e figurino. Oferece, também, cursos de extensão de curta duração que atendem toda a comunidade, além de palestras, debates e atividades diversas abertas a todos os interessados.