22/05/2015
Fundadores da Comunidade Psicossomática Nova Consciência recebem moção da Câmara
Homenagem a Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo e Saulo Rodrigues de Camargo foi feita a pedido do vereador Gillys Scrocca
CAPIVARI – Os fundadores da Comunidade Psicossomática Nova Consciência, Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo e Saulo Rodrigues de Camargo receberam moção de aplausos na noite de segunda-feira, 18, na Câmara. De autoria do vereador Gillys Scrocca (PTB), a homenagem visa reconhecer o trabalho assistencialista prestado por pai e filho à frente da clínica capivariana na recuperação de dependentes químicos.
A moção também considera “pesquisas realizadas, que estimam que 5,7% dos brasileiros são dependentes de drogas” e que “para cada dependente químico existem outras quatro pessoas afetadas”. O documento diz ainda que “nestes cinco anos, 254 pacientes de diversos estados, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Santa Catarina, Paraná e Maranhão já foram atendidos pela Comunidade”.
Em uso da tribuna, Scrocca recordou sua visita à clínica no ano passado, quando conversou com os internos e almoçou no local. Segundo ele, a Nova Consciência recupera valores, o amor e reintegra as pessoas. “Nós estamos aqui, hoje, reverenciando um trabalho de causa muito bem feito em Capivari. Um trabalho familiar alicerçado em três pilares elementares: desintoxicação, conscientização e espiritualidade.”
Delegado titular de Capivari, o vereador reconheceu ainda que a legislação brasileira é falha e, por isso, muitas vezes a polícia acaba detendo pessoas que traficam para sustentar o próprio vício. Desde o início do ano, 77 adultos foram presos por tráfico de drogas, de acordo com Scrocca. “A lei anti entorpecentes não prevê que o dependente químico é um doente que precisa ser tratado e não preso.”
Após receber a homenagem, Arnaldo, que é especialista em Dependência Química pela USP, agradeceu aos vereadores pelo reconhecimento, e a todos os funcionários e colaboradores da Nova Consciência, cuja equipe é integrada por dois médicos, dois psicólogos, dois monitores, quatro terapeutas e alguns voluntários de diversas áreas (nutrição, tabagismo, DST/Aids e Saúde Mental).
Como exemplo do tratamento desenvolvido na Comunidade, ele contou o caso de um rapaz que já tinha passado por 16 internações e, após morar na Cracolância, em São Paulo, abandonado pela família, pediu ajuda a Saulo, que é técnico em Acolhimento em Dependência Química pela Unifesp, e se recuperou. Hoje, o ex-interno mora em Piracicaba e, segundo Arnaldo, tem uma “vida rotineira normal” há três anos.
Na sequência, o especialista falou sobre um convênio solicitado à Prefeitura – voltado à pacientes carentes e que o Caps não consegue atender devido ao estágio avançado da doença – que nunca foi aceito. “Faz anos que temos esse pedido de convênio. Já fizemos vários atendimentos à pacientes de Rafard, que é menor, e, infelizmente, em Capivari a gente não conseguiu”, conta.
Scrocca, por sua vez, disse que, assim como a Nova Consciência, também trabalhou com três etapas no intuito de ajudar a clínica: visitou a Comunidade, recebeu os fundadores na Casa de Leis e, agora, vai fazer com que todos os vereadores assinem uma indicação para que a Prefeitura faça o convênio mencionado por Arnaldo. “Esse trabalho tem de continuar. Vocês não sabem o bem que fazem a essa cidade.”