Artigo | Por José de Paiva Netto
Vem aí o Dia Internacional da Mulher, 8/3. Aliás, a Comissão do Status da Mulher, em sua 58ª sessão, ocorrerá na sede da ONU, em Nova York, EUA, de 10 a 21 de março.
A mulher tem sido o sustentáculo verdadeiro de todas as nações, quando integrada em Deus ou nos ideais mais nobres a que um ser humano possa aspirar: a Bondade Suprema, o Amor Fraterno, a Justiça Supina, a Fraternidade Real — mesmo não professando uma tradição religiosa. (…)
Congratulamo-nos com as vitórias alcançadas por meio das metas globais de desenvolvimento propostas pela ONU, em 2000. Sabemos, porém, que há muito ainda a fazer pelo próximo. Daí a importância do presente tema da pauta de discussão dos chefes de Estado, delegações internacionais, autoridades e demais participantes nessa conferência: “Desafios e conquistas na implementação dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio para mulheres e meninas”.
Trata-se de oportuno momento para avaliar os acertos e empenhar-se ainda mais nas melhorias que devem ocorrer, visando a soluções, por exemplo, no campo da educação, da saúde, no combate à pobreza e à violência, entre as quais a hedionda exploração sexual de mulheres, jovens e meninas. Jamais podemos esmorecer no que se refere à luta pela causa da dignidade humana e pela erradicação das desigualdades sociais e de gênero no mundo.
É inadmissível que no planeta, segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma a cada três mulheres sofra algum tipo de violência (física e sexual), tendo como autor ou não o próprio parceiro.
É fundamental que igualmente se avance no fim da diferença de salários entre os gêneros, no acesso mais equânime a posições gerenciais no mercado de trabalho e na divisão dos afazeres domésticos entre homens e mulheres. Enfim, trata-se sempre de garantir os princípios de cidadania e os direitos humanos.
A propósito, acreditar que possa haver direitos sem deveres é levar ao maior prejuízo a causa da liberdade. Importante é esclarecer que, quando aponto os deveres do cidadão acima dos seus próprios direitos, em hipótese alguma defendo uma visão distorcida do trabalho, em que a escravidão é uma de suas facetas mais abomináveis. E prossigo: por isso, queremos que todos os seres humanos sejam realmente iguais em direitos e oportunidades, e cujos méritos sociais, intelectuais, culturais e religiosos, por mais louvados e reconhecidos, não se percam dos direitos dos demais cidadãos. Porquanto, liberdade sem fraternidade é condenação ao caos.
Trabalhamos, pois, por uma sociedade em que o Criador e Suas Leis de Amor e Justiça inspirem zelo à liberdade individual. É o que nos suscita o Natal Permanente de Jesus, a mensagem universalista do Libertador Divino, Aquele que, pelo Seu sacrifício, se doou pela Humanidade. Tudo isso para garantir segurança política, social, jurídica, sob a Sua visão divina (…).
A escritora, filósofa e feminista francesa Simone de Beauvoir (1908-1986) belamente expressou-se sobre a importância da solidariedade e dedicação ao próximo ao dizer: “A vida conserva seu valor enquanto atribuímos um valor à vida dos outros, por meio do amor, da amizade, da indignação, da compaixão”.
As virtudes reais, de fato, serão aquelas constituídas pela própria criatura na ocupação honesta dos seus dias, na administração dos seus bens e no respeito pelo que é alheio, na bela e instigante aventura da vida. Uma nação que se faça de tais elementos será sempre forte e inviolável.
Eis parte da mensagem que enviarei, junto das recomendações da LBV, às autoridades no evento das mulheres na ONU. Publiquei-a na revista “Boa Vontade Mulher”, especialmente preparada para a ocasião, em português, inglês, francês e espanhol.