De acordo com a etimologia, “Niilismo” é originada do latim “nihil”, que significa “nada” mais o sufixo ismo. Niilismo é usado para identificar a filosofia, que à semelhança do bramanismo, vive e luta pela única esperança, alcançar o Nirvana, ou seja, usufruir do “Nada”, do vazio.
Para tanto, não importa fazer o bem ou o mal, sem esperança alvissareira e sem temor de qualquer castigo. “Nihil succedaneus” Nada acontece! Não haverá consequência alguma para assassino, estuprador de criança e imoral, nem benesses para os que fazem o bem.
O filósofo alemão Friedrich Wilhelm Nietzsche (15/10/ 1844- 25/8/ 1900) é considerado “Pai do niilismo”. Para ele não existe nenhuma razão metafísica ou científica para a existência do ser humano, nem há verdades absolutas para que pratiquemos a moral, os vícios ou costumes, nem para seguir as tradições.
Nietzsche proclamou: “Deus morreu”, por isso, não há motivo para o sentimento religioso, que faz a lavagem cerebral e mantém o homem preso ao temor de Deus e do futuro castigo ou premiação.
Niilismo é a teoria filosófica que liberta o ser racional dessa vida em rebanho, que todos acreditam, pensam e fazem o que o líder crê, pensa e faz. Nada há de fato. Tudo mostra que, realmente, a vida não tem sentido, nenhuma razão de ser, nenhuma finalidade para existir. Niilismo é a luz que liberta o homem do Deus que petrifica a mente humana nas amarras dos valores morais dos fracos e os torna num “Super-Homem.”
Nietzsche e seus sequazes pregavam que os homens deviam ser esvaziados das crenças religiosas, tradições, normas, dogmas a fim de tornarem-se livres e fortes com “vontade de potência”, um novo homem independente para dirigir sua vida. Assim fazendo, o ser humano se desprende das cadeias institucionais, do poder e dos valores determinados pelas instituições sociais, políticas e religiosas, ele se torna um novo homem, incorruptível, diante de qualquer dessas crenças e poderá agir por suas próprias escolhas.
Quando esse Super-Homem, assim qualificado por Nietzsche, conseguir tais transvaloração (destruição ou transportação desses valores sociais e religiosos para a sua personalização), a pessoa passa a ser uma suprema obra de arte.
Niilista não é aquele que estuda a teoria da inutilidade do viver e da inutilidade das regras e crenças das sociedades civis e instituições religiosas, mas os que diligentemente, dedicam- se a destruí-las
“O niilismo é nossa lenta caminhada em direção ao abismo.
O niilista é o acusador: dos outros, de si, da existência, de tudo. Enquanto o sacerdote, o utópico, o sonhador, o crente, o fascista, o iludido, são aqueles que criam ficções para justificar suas acusações a este mundo e assim tornar a vida mais (in) suportável.
Pobres negadores, eles preferem querer nada, a nada. Ou seja, o niilista quer viver, mas só pode fazê-lo de modo doentio, impotente, estendendo uma grande cortina negra sobre a realidade para não a encarar.” Niilismo significa “Que os valores supremos se desvalorizam” (Nietzsche, Fragmentos Póstumos – Wikipédia).
Para Nietzsche o nihilista precisa usar o “martelo” para destruir tudo o que é metafísico, como crença, Estado, progresso, ciência, porque essas coisas se voltam contra nós, pois tudo o que é contra nós deve ser eliminado. Apoiar sua vida nessas coisas, é apoiar a vida no nada.
Necessita-se coragem para destruir as coisas metafísicas, as regras impostas pelas instituições, pelo progresso, que são contra a vida, assim fazendo, os seres humanos tornam-se Super-homens e supermulheres.
Como o viver, de acordo com a filosofia de Nietzsche, é contrário aos racionais, requer-se voluntariedade e “espírito dos fortes, sem atribuir um juízo negativo, a negação ativa corresponde mais à sua natureza profunda.” (Nietzsche, Vontade de Potência).
O guru dessa filosofia estranha ensina, que existem o niilismo passivo, e aqueles que o seguem, caminham os primeiros passos, acreditam, porém, não executam, não “põem a mão na massa”, enquanto os niilistas ativos andam a segunda milha: creem e lutam por quebrar as barreiras aos seus ensinos. No niilismo positivo os humanos rompem as algemas do tradicionalismo, da moral religiosa e de outras regras sociais, estes, mais evoluídos, trilham pelo niilismo ativo e empenham-se por desvalorizar as normas das institucionais.