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Filosofia niilista existencialista

Existencialismo é a corrente de pensamento filosófico, cujo objetivo é o homem e sua existência concreta, sempre definida e determinada, mas não necessária. Tal doutrina é centrada na análise da existência e da maneira como os seres humanos encontram sentido para a sua existência num mundo de liberdade incondicional, de escolhas e de responsabilidades pessoais. O existencialismo centra-se na experiência vivida do indivíduo que pensa, age e sente.

Esse movimento intelectual e doutrinário filosófico nasceu, a princípio, entre alguns intelectuais russos como Iván Turgueniev, Dostoievski, estendendo-se pela Europa, e se desenvolveu notoriamente na França, cujos filósofos foram influenciados pelos pensamentos do dinamarquês Soren Kierkegaard, (5/5/1813-11/11/1855). Kierkegaard, filósofo cristão cria que a filosofia tinha de se preocupar com o homem concreto, com livre arbítrio para fazer suas escolhas. Essas escolhas proporcionam sempre conflitos e angústia no homem, e até fatalidade. Contudo o indivíduo tem autonomia dada pelo Criador para construir sua existência concreta.

Kierkegaard é considerado o precursor, mais importante, e mesmo, o originador do niilismo existencialista. Foram destes pensamentos que se dessedentaram os filósofos franceses.

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O niilismo existencial, como é chamado o pensamento da corrente francesa, sobretudo, em Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir, Albert Camus, Thomas Nagel e Miguel de Unamuno. Segundo esses pensadores, a vida é baseada no nada, não possui nenhum sentido, significado ou propósito. Cabe ao sujeito aceitar essa condição e tornar-se responsável pela construção da sua existência.

Jean-Paul Charles Aymard Sartre (1905-1980) um francês ateu intelectual, escritor assíduo e eclético, filósofo expoente do existencialismo. Sua obra mais marcante “O Ser e o Nada” foi o que o tornou o principal filósofo do Existencialismo do século 20.

Ligando o ateísmo ao seu existencialismo e liberalismo, Sartre, foi ao extremo, à libertinagem. A também filósofa existencialista Simone Lucie-Ernestine-Marie Bertrand de Beauvoir, nascida em Paris (9/1/1908-14/4/1986, era sua amiga, amante e namorada. Era também a revisora das suas obras. Ambos, tão livres para sair com outros parceiros sexuais, desde que com lealdade, isto é, contassem, um ao outro, com quem saiu, quantas vezes, como, quando. A professora Madame de Beauvoir e seu amante, de longa data, Jean-Paul Sartre desenvolveram um sistema, por eles denominado “trio”, pelo qual ela seduzia suas alunas para um relacionamento homoafetivo com ela e depois as transferia a Sartre. De Beauvoir ficou conhecida por ter várias amantes do sexo feminino, além dos amantes masculinos. De Beauvoir perdeu a licença para lecionar na França em 1943, por abusar sexualmente de suas alunas Natalie Sorokine de 17 anos e de Bianca Lamblin. Em 1954 publicou seu livro “Os Mandarins”, e o dedicou ao escritor e jornalista estadunidense Nelson Algren, um de seus amantes.

Eram totalmente livres e responsáveis por suas escolhas, contudo, deviam assumir suas consequências, sabendo que assim formavam a essência da sua existência. Parece que para Paul Sartre e madame Beauvoir a liberdade de escolhas, a morte de Deus e a pretensa inutilidade das regras religiosas e da moral preconizadas por Nietzsche oportunizou ao casal, aderir à vida sexual desregrada e devassa. Seguramente, não é essa filosofia que devemos adotar, para nós e para nossos filhos.

Para Sartre não há, nem pode haver relação concreta entre o homem e Deus; “para que o homem exista é necessário que Deus desapareça”. Ele volta seu olhar para o concreto, para o indivíduo, para a experiência vivida. Ele parte da máxima: “A existência precede a essência.”

O ser humano é o único responsável pelo bom, ou mau uso da liberdade que tem ao fazer suas escolhas, e por suas atitudes e consequentemente pela construção de sua essência. O sujeito cria dessa maneira, o sentido para sua vida, o projeto para o seu viver. Cada ser humano “é condenado a fazer as escolhas” e delas advém os resultados: desespero, angústia, tristeza ou alegria, felicidade.

A liberdade, ou livre arbítrio, é condição sine qua non para consecução do sentido da vida. Essa tomada de decisões implica numa tremenda responsabilidade.

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