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Filosofia Judaica e a Bíblia

Abraão, rico, bem-sucedido, chamado por Deus de Ur de Babilônia, passou um tempo em Harã, e chegou à Canaã. Deus prometeu dar essa terra a ele e à sua posteridade. (Gênesis 12:1-9) Embora não tivesse filho, e velho, Javé prometeu também uma descendência incontável (Gênesis 15:5).

Abraão tinha 100 anos quando Isaque, considerado o primeiro filho herdeiro, nasceu (Gênesis 21:5). Em 2.000 a.C. Abraham, sua família e servos eram chamados semitas, descendentes de Sem, filho de Noé e gabiru (hebreus).

Deus lhe predisse que seus descendentes passariam 400 anos escravizados no Egito. (Gênesis 15:13-14) O Senhor confirmou a aliança com Isaque e com seu filho Jacó de lhe dar Canaã como herança e mudou o seu nome para Israel. (Aquele que luta com Deus e vence) Assim, seus familiares passaram a ser conhecidos por israelitas, e judeus, por serem descendentes de Judá, filho de Israel.

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Os judeus, escravizados pelos egípcios, tornaram-se ignorantes, embrutecidos, esqueceram da sua religião e do seu Deus, com exceção de alguns que clamaram a Jeová. Moisés, criado por sua mãe, Joquebede, para ser filho da filha de Faraó, (Êxodo 2:7-10) foi enviado por Deus para libertar o seu povo. (Êxodo 3:10-17) Ele libertou o povo e o levou pelo deserto, guiado por Deus.

Os escravos (2.000.000 pessoas mais ou menos) saíram riquíssimos do Egito, com muitíssimos animais. (Êxodo 10:25-26, 11:2, 12:37-38) Deus mostrou os caminhos a Moisés (Salmos 103:7) com uma nuvem que os protegia do calor do dia e do frio à noite com uma coluna de fogo, (Êxodo 13:21-22) em direção à Canaã, prometida a Abraão, Isaque e a Israel.

A filosofia de Israel é conjugada com sua religião, e com sua língua hebraica; sua Constituição Nacional é a lei escrita no Pentateuco ou Torá (5 cinco primeiros livros da Bíblia). Na trajetória, ao chegar ao monte Sinai, acamparam, e o Senhor orientou ao povo por meio de Moisés, interlocutor entre Deus e o povo, para que ninguém tocasse o sopé do Monte, que se banhasse e trocasse de roupas e santificasse.

Deus desceu com Seus anjos, envolto em glória sobre o Monte Sinai; o monte tremeu, fumegou em meio ao fogo, trovões e raios, numa nuvem espessa, e ao soar de forte clangor de trombeta, renovou a aliança e ditou os dez mandamentos. (Êxodo 19:5-15; 20:1-21) Deu também os dez mandamentos escritos em duas pedras (sabiam ler).

Durante toda sua vida, Moisés, por ordem divina, repetia a aliança e as promessas de bênçãos. No Pentateuco, segundo os judeus, há 613 leis: dos sacerdotes, sobre os dez mandamentos, alimentação, colheita, ofertas e outras. No N.T. a aliança continua, S. Pedro a enfatizou. (1 Pedro 2:9-10)

O sistema de governo era teocrático, Deus era o Rei (dos reis), Senhor (dos senhores), orientava, legislava, e julgava por meio dos seus servos. Moisés – o maior líder que o mundo conheceu, guiando um povo miscelâneo, entre 2 a 5 milhões de pessoas, por vezes incontrolável, precisou da intervenção divina – auxiliado pelos profetas e príncipes líderes das tribos. Foi considerado o homem mais manso da Terra. (Números 12:3)

A cada passo no deserto eram ensinados, o livro de Levíticos é um verdadeiro manual de filosofia de vida: como alcançar sabedoria, felicidade, longevidade, viver em sociedade, obter saúde e atingir todas as virtudes. O alvo dos seus ensinos era: “…consagrai-vos e sede santos porque eu (Deus) sou santo.” (Êxodo 19:5-6; Levíticos 11:44) Serás perfeito diante do Senhor teu Deus”. (Deuteronômio 18:13)

Essas virtudes foram continuamente ensinadas de geração em geração, por todos os meios, a respeito de um Deus único, vivo, onisciente, onipresente e onipotente, misericordioso e cheio de amor.

Enquanto obedeceram a Deus, guardaram sua aliança sendo nação santa, exemplo para as demais nações, (Deuteronômio 4:6-10) houve excepcional desenvolvimento mental, físico e social. (Deuteronômio 6:5-9)
Javé prometeu ser pródigo, se tão somente guardassem sua aliança, seriam exaltados sobre todos, benditos no campo e na cidade, seriam fecundos, as crias saudáveis; vitoriosos nas guerras, seriam a cabeça e não a cauda. (Deuteronômio 28:1-13)

A aliança feita com Noé (Gênesis 9:8-19) continuou com Abraão, Israel, e com todos aqueles que creem que Jesus nos resgatou para que a bênção de Abraão chegasse a nós. E assim, somos filhos de Abraão e herdeiros das mesmas bênçãos. Gálatas 3:7-8,14, 26-29)

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