23/12/2016
Festas pelo nascimento de Jesus
ARTIGO | Com a chegada do Natal, quando a humanidade cristã celebra a chegada do Divino Mestre no planeta Terra, transmitimos á todos os nossos prezados irmãos, em especial aos que nos prestigiam lendo nossas bem intencionadas mensagens, com fraternal abraço e sinceros votos de Bom Natal e Feliz Ano Novo, este excelente trabalho do Richard Simonett, divulgador da Doutrina Espírita, com perguntas e repostas:
P – Evocando as comemorações natalinas, como definir a augusta imagem de Jesus?
R – Segundo Emanuel, o mentor espiritual de Chico Xavier, Jesus já era um espírito puro e perfeito quando surgiu a Terra há quatro bilhões e quinhentos milhões de anos. Foi, então, convocado por Deus para ser o governador de nosso planeta, com a tarefa de orientar os espíritos que aqui fariam estágios evolutivos, quais alunos conduzidos a um educandário para aprendizado específico, relacionado com suas necessidades.
P – Há um mistério em torno do início da vida pública de Jesus, aos 30 anos. Podemos dar crédito ao que dizem de viagens que o Mestre teria feito, às fontes de sabedoria no mundo, a fim de preparar-se para seu apostolado?
R – Jesus não tinha nada a aprender com ninguém, apresentando-se desde cedo na plenitude de seus poderes e conhecimentos. É ilustrativo o episódio no templo, em Jerusalém, quando maravilhou os doutores da lei com os valores de uma sabedoria invulgar, inconcebível num adolescente.
P – Se já estava preparado, porque só iniciou o apostolado aos trinta anos, num tempo em que a expectativa de vida não ultrapassava os quarenta anos?
R – Jesus não veio sozinho. Era preciso esperar que estivessem prontos os membros do colégio apostólico, alguns com relação à idade, outros, à maturidade. Eles seriam os depositários de sua mensagem, a fim de que se fixasse no mundo, ou em nada resultaria a passagem do Mestre pela Terra.
P – Sendo o governador do nosso planeta, por que Jesus veio pessoalmente trazer a sua mensagem? Não poderia enviar alguém?
R – Segundo Emmanuel, todos os grandes vultos da humanidade, que o antecederam no campo da religião, foram enviados seus. Ocorre que a revelação de que era portador – o amor – situava-se grandiosa demais para ser confiada a um mensageiro. Nem sempre os enviados superam as limitações de seu tempo, truncando a mensagem da qual são portadores. Certamente Jesus resolveu trazê-la pessoalmente, a fim de que não houvesse distorções.
P – Não obstante, embora o mensageiro divino tenha mantido fidelidade à mensagem, o mesmo não aconteceu com o movimento cristão, ao longo da Idade Média, que entrou pelo desvio, atrelando-se ao carro do poder temporal.
R – Digamos que aconteceu uma fatalidade histórica. O Evangelho era puro demais, sublime demais para uma humanidade atrasada, presa aos impulsos primitivos da animalidade. Jesus sabia disso, tanto que proclamou que mais tarde enviaria o Consolador, o Espírito da Verdade, que viria lembrar suas lições e trazer novos conhecimentos.
P – Se o Espiritismo é o Consolador por que se manifestou fora dos círculos religiosos? Não deveria ser o desdobramento do Cristianismo, no seio de outras igrejas?
R – Seria o razoável. Ocorre que o movimento cristão cerrou as portas ao contato com o mundo espiritual, cultivado em seus primórdios. As manifestações do Espírito Santo, a comunidade de espíritos superiores que orientavam o movimento, contrariavam as tendências imediatístas, marcada pelo culto exterior. Por isso optou-se por remeter os médiuns à fogueira, lamentável decisão que encerrou o período das revelações.
P – Poderá ocorrer o mesmo desvio com o Espiritismo?
R – Sem dúvida, Léon Denis, o grande filósofo espírita, dizia que o Espiritismo será o que os homens dele fizerem. Não estamos isentos de desvios, que já acontecem em muitos agrupamentos espíritas, distraídos do estudo e da disciplina.
P – Nesse contexto como situar a Natal?
R – Além de exercitar boa vontade para com os homens, em favor da paz, consagrada na proclamação Angélica, é imperioso que; como espíritas, reflitamos sobre a responsabilidade inerente à mensagem colocada ao nosso alcance. Jamais seremos suficientemente gratos a Deus pelo conhecimento espírita, que alarga os horizontes de nosso conhecimento, garantindo-nos segurança de viver. Entretanto, devemos estar conscientes de que, como ensinou Jesus, muito será pedido àquele há quem muito se ofereceu. Estamos correspondendo às expectativas de Deus? Estamos trabalhando pela disseminação do abençoado conhecimento espírita de forma disciplinada, com fidelidade doutrinária? Ou nos situamos como meros beneficiários de suas bênçãos, ignorando voluntariamente as responsabilidades inerentes ao conhecimento? Somos cristãos?