A luta pela libertação das mulheres de sob os pesados tamancos dos machões, enfrentando uma legislação machista, o poderio dos coronéis, donos de fazendas e engenhos era algo bem além daquilo que possamos imaginar nos cenários atuais.
Era uma luta inglória, exigia muita determinação, bravura, renúncia, desgastes psicológico e físico, fibra que só elas possuem quando diante de objetivos inadiáveis. Essas feministas foram guerreiras certas, colocadas no lugar certo, para conseguir vitórias, ainda que interpoladas periodicamente.
A taxa de feminicídios no Brasil é a quinta maior do mundo: 4,8 mulheres mortas a cada 100 mil.
Sancionada em 2015, a Lei do Feminicídio foi importante para reconhecer a ocorrência de crimes contra as mulheres. O Código Penal foi alterado para introduzir o feminicídio como agravante do crime de homicídio. A medida se fez necessária, pois é alarmante o número de feminicídios no Brasil e no mundo.
Maria da Penha, cearense, levou um tiro do próprio esposo; escapou da morte, mas ficou paraplégica. É terrível saber que a maioria desses crimes é praticado por homens, que escolheram a companheira dizendo que a amava. Mulher culta fundou o Instituto Maria da Penha, que tem o mesmo objetivo: lutar pelos direitos das mulheres que sofrem de abusos e violência.
Rosa Luxemburgo e muitas outras lutaram contra o assédio, estupro, violência contra a mulher, desigualdade salarial, pelos direitos das domésticas, enfim pelo empoderamento feminino. Com suas lutas conseguiram a aprovação da lei Maria da Penha em 2006 e a do feminicídios em 2015. A bandeira das feministas, nos EUA trazia a frase “we can do it” (Nós podemos), usada nas campanhas de Barack Obama.
A internet ajuda a divulgação e ao mesmo tempo cria grupos com objetivos diversos. Há feministas comedidas que lutam pelos seus direitos respeitando os dos homens, e as que declaram desejar direitos iguais, mas objetivam a superioridade, e aqui está a desgraça do lar. Comumente os extremos são ruínas da sociedade. O amor equilibra e harmoniza tudo: casamento, família e sociedade.
A dramaturga Zoe Lewis, segundo ela mesma, foi educada para seguir seus valores de escolha, liberdade sexual e igualdade. No entanto, com mais maturidade, aos 40 anos escreveu seu desabafo: ‘Fui enganada pelo movimento feminista’. Nele expressou: ‘Sacrifiquei meus deveres femininos e depositei-os no altar da carreira profissional. Será que valeu a pena? A resposta só pode ser um não resoluto.
Quem me dera que uma visão mais balanceada da mulher tivesse estado à minha disposição’. Ela escreveu sobre a enorme pressão que sentia para ser igual aos homens e bem-sucedida. A ideia de ser dona de casa e mãe era muito toxica para ela e para a classe média do passado.
Segundo Zoe, cada vez mais outras mulheres têm desistido da carreira em favor do amor, das crianças e da cozinha. ‘Ser mulher e ser mãe deveriam ter o mesmo valor que uma carreira na mente das feministas’. (Mirian M. Grudtner, Meditação da Mulher, p. 84).
Deus criou a mulher da costela do homem. Adão disse: Ela é osso dos meus ossos, carne da minha carne; o Senhor confirmou: ambos eram uma só carne (Gn. 2:21-24) portanto, equivalente, um complemento (Gn. 2:18). Assim sendo, homem e mulher possuem direitos e deveres iguais, mas com aptidões e funções diferentes, e se complementam. O matrimônio une duas pessoas que se amam e quem ama deve ser respeitado.
O lar de Abraão e Sara foi considerado por Deus como exemplo para as famílias do nosso tempo (Gn 18:19) ele amava tanto sua esposa, que ela o chamava de meu senhor (1Pe3:6). Em 1962, Agnes de Mile publicou nas Seleções: ‘Não estou certa de que a jovem de hoje seja mais feliz.
A felicidade é muito pessoal e está ligada à aptidão de amar. Nossas avós o sabiam muito bem… No recato de sua existência, a mulher de então representou o que talvez tenha sido o último baluarte da fidalguia’ (Meditação da Mulher, 2021, p. 84).
Pobre daquelas que, competindo com os homens, perdem suas aptidões femininas deixando de alcançar a felicidade da maternidade e o carinho dos filhos.