A primeira família foi formada no Éden por Deus, o mesmo Criador ordenou aos filhos de Adão e Eva que se unissem em matrimônio. Um lar sem filhos é como um jardim sem flores. Os filhos são herança do Senhor e lhes somos responsáveis, como propriedades de Deus, são os mais novos membros da família de Deus. Devido a certos problemas, alguns têm filhos especiais dependentes, mas o Senhor parece compensar por dotá-los de mais afetividade e eles auxiliam os pais burilando suas asperezas tornando-os mais pacientes.
Alguns interpretam mal a ordem divina: “multiplicai-vos e enchei a terra” (Gn. 1:28), e sem considerarem se podem ou não sustentar uma grande família, dar-lhe instrução e cuidados, enchem a esposa de filhos. Isto é um grave erro para com a mãe, para com as crianças e com a sociedade que terá de sustentá-los. Dei uma cabra leiteira para minha mãe e ela repassou a uma família pobre que tinha 13 filhos. Diziam ser a vontade de Deus. O Senhor não é honrado quando o casal tem uma prole que não pode sustentar. Pouco é considerado o destino dos filhos, cargas pesadas são impostas à mãe, sua saúde fica debilitada, seu espírito desencorajado ao ver que não consegue cuidar do seu rebanho. O esposo deve ponderar estas coisas e não sobrecarregar, oprimir e exaurir a saúde física e mental da mãe de seus filhos destruindo sua vida social e aumentando a miséria de seu lar. Maridos desleixados, irascíveis, impacientes, mal humorados, que não conseguem ter o controle de si mesmos, não devem ter filhos.
Muito depende dos pais se trarão filhos para serem uma bênção ou maldição para a sociedade. Os hábitos, os vícios e a condição física, quase sempre, se perpetuam nos filhos, pela geração e pelo exemplo. A vida de dissipação e o uso de bebidas alcoólicas corrompem o sangue, excitam as paixões e produzem enfermidades de toda espécie. Regra geral, cada pai intemperante transmite à descendência sua imbecibilidade, licenciosidade, inclinações e más tendências; outorga-lhes enfermidades do seu próprio sangue, aumentando a angústia e o sofrimento do mundo. Quanto mais nobres os objetivos, mais elevados serão os dotes mentais e físicos. Cada um deve considerar o legado que está deixando aos descendentes, pois estamparão no caráter deles a sua própria imagem moral. Muitos tirarão, tarde demais, lições humilhantes ao ver suas próprias imperfeições gravadas na personalidade de seus filhos e filhas e terem de prestar contas à sociedade e a Deus.
O casal deve evitar grosseria e rudeza e praticar a mansidão no trato entre eles mesmos e para com os filhos. A negligência do passado torna a tarefa de correção dos filhos mais difícil, neste caso, a paciência, o amor, a confiança em Deus ainda é o melhor caminho do êxito.
O lar é um reduto sagrado onde ninguém tem o direito de ali se intrometer. Marido e esposa devem ser tudo um para o outro, e não devem ter segredos entre eles, a esposa deve sepultar as faltas do companheiro e ele, da esposa. Podemos ter muitos amigos e parentes, mas na vida do lar ninguém deve interferir. O pai é o cabeça da família, o laço forte que une a mãe e os filhos, é o governador do lar; na sua ausência a mãe exerce esse papel.
Grande é sua responsabilidade de refletir nos familiares o caráter de Cristo, e não pode fraquejar, nem trair o seu papel. A esposa e filhos esperam dele amor, interesse, proteção, apoio e guia. Sejam quais forem seus cuidados e perplexidades nos afazeres, não permita, ele que coisa alguma contriste sua família. Leve para o seu lar as mesmas palavras agradáveis e cordiais, o mesmo sorriso com que tratou seus amigos.
Como líder de equipe, precisa incentivar a esposa, agradecer e elogiar o almoço, apreciar a aparência dela e os acertos dos filhos, estimulá-los a progredir e praticar a cooperação nos trabalhos domésticos. Sempre que possível o esposo deve aliviar os trabalhos árduos da companheira. Há uma oportuna lição na história de Jacó. Na sua viagem de regresso para sua terra, encontrou seu irmão Esaú, que lhe ofereceu para escolta-lo no restante da peregrinação. Jacó, gentilmente recusou agradecido e cauteloso dizendo: estes meninos são tenros e tenho ovelhas e vacas de leite se forçadas morrerão, eu seguirei no passo dos meninos até chegar em Seir. (Gn. 33:13-14). Os pais não devem exigir dos menores a ligeireza dos adultos, mas pacientemente adestrá-los no caminho do Senhor como bom cidadão para a felicidade deles e da sociedade.
Deus nos oriente neste difícil mister de constituir a família conforme o plano de Deus.