Há quase um mês sem chuvas e sem previsão para os próximos 10 dias, a umidade relativa do ar está com índices críticos na região. A última medição realizada pelo Inmet – Instituto Nacional de Meteorologia – na região de Piracicaba e divulgada no site do Sigam – Sistema Integrado de Gestão Ambiental – na terça-feira (14), a umidade relativa do ar estava em 36%.
O nível mais baixo da umidade do ar monitorado no mês de agosto chegou a 31% no domingo (12). Como consequência, parte da população sofre com o agravamento de doenças respiratórias, infecções das vias aéreas e viroses, além daqueles que são acometidos com ardência e ressecamento nos olhos, boca e nariz.
Para evitar ou minimizar a ocorrência de problemas de saúde em decorrência do tempo seco, a Secretaria de Estado da Saúde indica alguns cuidados importantes. Caso essa porcentagem diminua entre 20 e 30%, a população deve evitar exercícios físicos ao ar livre entre 11 e 15 horas; umidificar o ambiente através de vaporizadores, toalhas molhadas, recipientes com água; sempre que possível permanecer em locais protegidos do sol, em áreas vegetadas; consumir água à vontade.
A baixa umidade relativa do ar dificulta a dispersão de poluentes. Esses poluentes, na forma de diversos tipos de partículas (ácaros, o enxofre que sai do escapamento de veículos, poeira e restos de materiais queimados, entre outros) ao ficarem em suspensão no ar, acabam sendo inalados pelas pessoas o que acaba favorecendo a ocorrência de problemas respiratórios e infecções.
“Com o ar mais seco, as vias aéreas são diretamente afetadas, facilitando a entrada de vírus e bactérias. A prevenção é o melhor remédio”, diz Fábio Pereira Muchão, pneumologista do AME (Ambulatório Médico de Especialidades) “Dr. Luiz Roberto Barradas Barata”, unidade da Secretaria localizada no bairro de Heliópolis, zona Sul da capital.
O especialista destaca, ainda, que crianças, idosos e pessoas que já possuem histórico de problema respiratório são os grupos mais vulneráveis às doenças neste período e precisam redobrar os cuidados.
Queimadas
A queima controlada da palha de cana-de-açúcar em 20 cidades da região de Piracicaba foi proibida por decisão da Justiça Federal. Os incêndios nos canaviais estão suspensos desde segunda-feira (16 de julho).
Em abril, o Ministério Público Federal em Piracicaba ingressou com ação civi pública solicitando o fim da queima de cana sem estudos prévios de impacto ambiental na região. A queima, segundo a Promotoria, causa danos irreparáveis à saúde, à fauna, à flora e aos recursos hídricos, além de onerar a União. “A queimada evidencia não só o desrespeito ao meio ambiente, como o desejo de baixar o custo da produção”, citou a juíza na decisão liminar.
A proibição vale para Águas de São Pedro, Americana, Analândia, Araras, Charqueada, Cordeirópolis, Corumbataí, Ipeúna, Iracemápolis, Itirapina, Leme, Limeira, Nova Odessa, Piracicaba, Rio Claro, Rio das Pedras, Saltinho, Santa Bárbara d’Oeste, Santa Gertrudes e São Pedro.
Com a liminar, ficam suspensas ainda todas as autorizações e licenças concedidas pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) que autorizavam que as plantações fossem queimadas como preparo para a colheita manual.
Porém os produtores rurais das cidades de Rafard, Capivari e Mombuca não estão proibidos de realizar a queima controlada da palha da cana de açúcar, desde que tenham realizado o registro na Cetesb.
Em Rafard, de segunda-feira (20) até o final de agosto, 19 registros de queima da palha da cana de açúcar foram protocolados, totalizando um área de mais de 64 alqueires. De 21 a 31 de agosto, mais de 93 alqueires de cana serão queimados em Capivari e a cidade de Mombuca registrou 27 pedidos de queima do dia 20 até o final do mês, totalizando mais de 66 alqueires.
Todos os registros podem ser acompanhados por município, dia e horário da queimada pelo site www.sigam.ambiente.sp.gov.br.