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Ex-diretor clínico da Santa Casa afirma que a entidade deve mais de R$ 1 milhão para médicos

Entidade sofre com débito mensal e não consegue arcar com os compromissos financeiros (Foto: Arquivo/O Semanário)
Entidade sofre com débito mensal e não consegue arcar com os compromissos financeiros (Foto: Arquivo/O Semanário)

No início de janeiro deste ano, médicos, enfermeiros e colaboradores da Santa Casa de Misericórdia de Capivari alegaram que estavam desde setembro de 2018 sem receber seus salários. Houve até um início de paralisação onde um cartaz foi colocado na porta da entidade para informar que só seriam feitos atendimentos de emergência. Comunicado esse, que foi retirado horas depois.

Na ocasião, o prefeito de Capivari e interventor da Santa Casa, Rodrigo Proença, divulgou um vídeo ao lado de dois médicos, Drª. Camila e Dr. Ciro, onde afirmava que o atendimento estava normalizado e todos os pacientes seriam atendidos.

“Eu quero tranquilizar a população de Capivari que eu estou aqui com a Drª Camila e com o Dr. Ciro dizendo que o atendimento aqui está normal”.

Semanas após o ocorrido, a Santa Casa não renovou o contrato com a empresa Inapp, que administrava o corpo clínico.

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Ex-diretor clínico da Santa Casa, Dr. Leandro Fonseca (Foto: Yuri Rossi)
Ex-diretor clínico da Santa Casa, Dr. Leandro Fonseca (Foto: Yuri Rossi)

O que diz o Dr. Leandro

Na última segunda-feira, 25, o ex-diretor clínico da entidade e coordenador da Inapp, Dr. Leandro Osvaldo Santos Meireles da Fonseca, procurou a rádio Raízes FM para alertar sobre os atrasos nos pagamentos dos médicos e afirmou que o débito se aproxima de um milhão e duzentos mil reais a serem pagos.

Segundo ele, no início, apesar dos atrasos de poucas semanas ou meses, os pagamentos estavam sendo realizados dentro de um contexto já conhecido pelos médicos. Porém, a partir do mês de outubro de 2018, os repasses começaram a sofrer atrasos maiores, quase nem eram feitos.

Ainda de acordo com Fonseca, nos meses de novembro e dezembro de 2018 e janeiro deste ano, não foi possível pagar o corpo clínico com a pouca verba que foi repassada. Neste ponto, alguns médicos já estavam à cinco meses sem receber seus salários, afirmou o ex-diretor.

O que diz a Inapp

Através de nota, a Inapp informou que mantêm negociações até o momento com o prefeito no intuito de acertar as pendências. Afirmou que a empresa só irá se manifestar sobre o caso após um parecer oficial da Prefeitura de Capivari.

Posicionamento da Prefeitura

Já a Prefeitura de Capivari informou através de nota, que realiza rigorosamente todos os repasses necessários à Santa Casa. Segundo o Executivo, há uma apuração sendo realizada das metas que são estabelecidas, nas quais ficaram, neste contrato, sob a responsabilidade da empresa. “Tão logo que esta apuração seja feita, a Santa Casa trará os resultados”, encerra.

Economia

Em contraponto, a prefeitura divulgou um releases afirmando que já no primeiro mês de atuação, os novos médicos contratados pela Santa Casa de Capivari devolveram um valor de R$ 56.843,58 à instituição, que destina a quantia para custeio.

“Outra novidade foi o início de cirurgias na área de urologia, bem como o aumento de outros procedimentos, como as visitas médicas que passaram a acontecer logo pela manhã e a transferência de pacientes, que ganhou mais agilidade”, diz a nota.

Além da economia, segundo a prefeitura, houve também uma redução de R$ 40 mil, valor gasto com o contrato anterior. O novo contrato é feito de forma individual com os médicos e permite um gasto mensal de até R$ 500 mil. O anterior era de R$ 540 mil. “Por semana, os médicos podem receber até R$ 125 mil. Quando as metas não atingem este valor, eles devolvem a diferença à Santa Casa. Somente em janeiro, eles já devolveram quase R$ 57 mil e isso fortalece muito a manutenção e o custeio das necessidades que o Hospital possui”, explica o prefeito e interventor da Santa Casa, Rodrigo Proença.

“Nos corredores, a satisfação do paciente ficou evidente. Cerca de 37 médicos fazem os atendimentos por semana, tanto no Pronto Atendimento, quanto nas instalações hospitalares. O sistema público de saúde tem muitas fragilidades e nós precisamos permanecer em busca de contribuir de forma que as dificuldades sejam minimizadas e a população tenha mais qualidade nos procedimentos, isso por meio de um atendimento humanizado e um acompanhamento completo em suas necessidades”, completou Proença.

Com informações de Yuri Rossi, da rádio Raízes FM.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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