09/06/2017
Ética no Trabalho 7 – Capital Intelectual
ARTIGO | Nosso cérebro tem mais de 100 bilhões de células nervosas (neurônios) com seus prolongamentos (neurotransmissores) formando uma rede elétrica que transmitem todas as infinitas informações recebidas pelos órgãos do sentido, que processadas nos exatos compartimentos do cérebro, gravadas e respondidas (como ordens aos órgãos e membros certas execuções). Por exemplo, ao virmos um limão fatiado o cérebro recebe informações de acidez e determina que as glândulas salivem para dissolver o ácido. Nosso cérebro recebe milhares de informações simultâneas, processa-as, grava-as e transmite aos devidos membros ordens para agir coerentemente. Os cientistas neuroquímicos têm estabelecido que o ser humano tem três tipos de inteligência: Intelectual, Emocional e Espiritual. É raro alguém atingir o ideal de obter alto nível em QI, QE e QS, contudo são capacidades a serem desenvolvidas.
Toda empresa é formada por pessoas, imóveis, maquinários, estoque de insumos, capital de giro, Certo? Não, falta o mais importante: o Capital Intelectual. Quanto vale a Coca Cola? Por que empresas são vendidas por preço muito além do valor real do seu patrimônio físico estabelecido pela contabilidade? Em 1997 a Kibom, avaliada em US$ 8 milhões, foi comprada pela Unilever pelo vultoso valor de US$ 930 milhões (3 bilhões, 720 milhões de reais). Esse negócio bilionário, motivo de manchetes da mídia, com destaque para o valor muito acima do seu capital físico. A Lotus cujo valor contábil era de US$ 250 milhões foi comprada pela IBM por US$ 3 bilhões. Por quê? A diferença estava na avaliação do seu capital intelectual. Capital intelectual é a soma do valor atribuído à marca, à confiabilidade de consumidores, fornecedores e bancos, liderança tecnológica, aceitação e nome dos produtos, cultura e filosofia da empresa, cartela de clientes, a capacidade e satisfação de seus funcionários, etc. Leif Edvinson, o primeiro executivo diretor de Capital Intelectual compara capital intelectual à uma árvore e diz que tudo o que aparece sobre a terra é capital físico e as raízes são o Capital Intelectual; não aparece, mas é o sustentáculo da empresa. Pode cortar a árvore e pela força da raiz brotará novamente. Se pegar fogo num prédio da Coca Cola com perda total ela se erguerá pela confiabilidade e pela marca. Só a sua marca vale bilhões de dólares. Entre os elementos que mais valoriza o capital intelectual é a capacidade dos seus funcionários.
Hoje as empresas multinacionais valorizam mais seus colaboradores e funcionários. Investem em sua segurança, no bem estar da família, sociabilização, procuram melhorar seus dotes intelectuais, desenvolver as habilidades emocionais, fazendo palestras e cursos para incrementar o quociente espiritual de seu pessoal. Preocupam mais com o meio ambiente, com o seu embelezamento, com sua assistência social, com a sua marca e credibilidade. O proprietário da Microsoft cujo valor vai 90% além do seu patrimônio físico, Bill Gates, já em 1997 disse: “Nós triunfamos porque contratamos as pessoas mais inteligentes, aperfeiçoamos nossos produtos até que se tornassem os melhores. Fazemos retiro anual para considerarmos para onde o Mundo caminha”. Gates não se importa tanto com o valor patrimonial, mas com o crescimento intelectual da organização.
David Ogilvy, maior publicitário da história disse: “Prefiro a disciplina do conhecimento à anarquia da ignorância” Se o empresário contratar pessoas menores do que ele, sua empresa será sempre anã, mas se contratar pessoas maiores, então sua empresa será gigantesca. Para a avalição da empresa, o valor contábil tem peso 10 a 20 e o C.I. 80 a 90 em certos casos até 95. Vale à pena investir na capacidade humana. A Veja (7/2/07, p. 79) trouxe interessante artigo “Como a Fé Desempatou o Jogo” revelou a importância da crença em Deus para a consistente evolução do capital intelectual. Há empresas que iniciam as tarefas do dia com uma meditação, seguida por uma serie de exercícios físicos obtendo, segundo comentários dos funcionários, melhor entrosamento, desenvoltura do trabalho e maior produção.