25/05/2015
Espaços públicos terão pinturas de Tarsila do Amaral
Escola Augusto Castanho já está recebendo pintura; Capivari também terá Memorial da Tarsila do Amaral, na área da Fepasa
CAPIVARI – “A pintura das obras de arte da Tarsila do Amaral em espaços públicos tem como objetivo conscientizar a população do que a artista representa para o mundo”, explica o vereador Flávio Carvalho (PSDB), autor do Projeto de Lei nº 4.153/2013. A proposta é pintar a parte externa dos muros das escolas municipais com gravuras, desenhos e ilustrações que retratem a vida e a obra da artista.
A primeira escola que está recebendo a pintura é o Augusto Castanho. Uma parede já foi finalizada e outra na lateral do prédio, localizada na Rua João Vaz, será iniciada. As pinturas estão sendo feitas pelo professor de artes Carlos Adriano, cedido pela Secretaria da Educação, e logo também poderão ser vistas no obelisco da Praça Central, que será o próximo local a receber as obras.
“Esta sempre foi uma vontade minha e agora tive a oportunidade de colocar esse projeto em prática devido ao apoio do governo municipal”, conta Carvalho. “Capivari precisa saber da importância que a pintora tem para a nossa cultura. Para se ter uma ideia, o município conquistou a área da Fepasa, no bairro Estação, por ter apresentado a intenção de utilizar o local para a construção do Memorial da Tarsila do Amaral.”
Em sua página no Facebook, o prefeito Rodrigo Proença (PPS) anunciou a conquista mencionada pelo vereador na sexta-feira, 15. “Depois de 23 anos na justiça, recebemos a área da Fepasa. Além de o município receber hoje um bem avaliado em R$ 1,5 milhão, não teremos que pagar a dívida herdada”, escreveu.
Biografia
Nascida na Fazenda São Bernardo, cuja terra pertencia a Capivari, hoje Rafard, a artista plástica Tarsila do Amaral iniciou na pintura em 1917, estudando com Pedro Alexandrino, e já em 1922 participou do movimento modernista em São Paulo. A tela Abaporu, de 1928, inaugurou o movimento antropofágico na história da arte plástica brasileira.
Tarsila frequentou a Académie Julien, na França, e participou do Salão Oficial dos Artistas Franceses, em 1922, criando técnicas influenciadas pelo cubismo. De volta ao Brasil, se uniu a Anita Malfatti, Menotti del Picchia, Mário de Andrade e Oswald de Andrade, formando o chamado Grupo dos Cinco, que defendia as ideias da Semana de Arte Moderna de 1922.
Em 1926, casou com Oswald de Andrade e realizou sua primeira exposição individual, na Galeria Percier, em Paris. Suas obras ganharam fortes características primitivistas e nativistas e passaram a ser associadas aos movimentos pau-brasil e antropofágico, idealizados pelo marido. Após a separação, iniciou uma nova fase de pintura, mais ligada a temas sociais, como as telas Os Operários e Segunda Classe, ambos de 1933.
Expôs na 1ª e na 2ª Bienal de São Paulo e ganhou uma retrospectiva no Museu de Arte Moderna paulista, em 1960. Participou de mostras coletivas e individuais nos principais museus do Brasil, França e EUA. Foi tema de sala especial na Bienal de São Paulo, de 1963, e expôs na 32ª Bienal de Veneza. Morreu em São Paulo, nove anos depois. Sua obra teve fortes influências do impressionismo alemão e do cubismo de Léger, aos quais fundiu a experiência da vital brasilidade de sua pintura, como em Abaporu.