19/05/2015
Equilíbrio na web
Artigo por José de Paiva Netto
Recebi expressiva correspondência, que, por tratar de assunto do interesse de todos, passo ao conhecimento dos que me honram com a leitura.
“Prezado jornalista Paiva Netto, agradeço-lhe a gentileza de encaminhar-me notícia tão importante, veiculada pela BBC Brasil, embora assustadora em seu cerne: ‘Jovens podem ter que mudar nome para apagar passado na web, diz presidente do Google’”.
Meu caro André Luiz de Abreu, por ser você um trabalhador da mídia, que lhe passei esse recorte. Dando continuidade à sua carta, que reputo de grande valor, por sermos pais, e eu também avô, como muitos dos estimados leitores que me privilegiam com a atenção, vamos ao que você, preocupado, porém não passivamente, escreve:
“Por outros veículos de comunicação já havíamos obtido conhecimento das preocupações do presidente do Google, Eric Schmidt, quanto ao problema.
“Destaco que muitos magistrados já entendem os provedores da web como potenciais cúmplices de crimes, uma vez que podem abrigar criminosos que arquitetam tramas e conspirações (…). Este pode ter sido um dos motivos que fizeram o dr. Eric vir a público.
“Um exemplo: um jovem do Rio Grande do Sul, membro de uma seita macabra, arquitetou pela internet, aliado a comparsas do Nordeste, o ‘sacrifício’ de uma moça de lá. E o assassinato ocorreu. O provedor da web poderia ter evitado? Sim, se houvesse análise de conteúdo, poderia.
“Na China há um rigoroso controle eletrônico de acesso às informações da web. Muitos acusam o regime de autoritário por isso. Porém, destaco que é possível uma ação técnica mais participativa, sim! Mas isso não acontece, pois não traz nenhum tipo de retorno financeiro a ninguém. Pelo menos é desta forma que vejo.
“Quando a epidemia da falta de segurança eletrônica ocorreu com os bancos, logo os softwares evoluíram para proteger as contas-correntes”.
Globalização e Altruísmo
Refletindo sobre o tema, André Abreu destacou dois trechos do meu livro Apocalipse sem Medo (Editora Elevação).
Primeiro — p. 237, 18a edição, ano 2000, capítulo “Ecumenismo e cabo de enxada”, subtítulo “As nações também vomitam”: A importância da criatura humana, já tão vilipendiada, não pode desfazer-se na sociedade por causa de “grandes transformações modernas” como a globalização, que, se não for iluminada pelo altruísmo, garroteia o sentido de cidadania, um direito do ser (…).
Não perder a identidade
Segundo — p. 302, nos extratos de O Capital de Deus: O ser humano não pode perder sua identidade para as máquinas. Corre o perigo de retroceder mentalmente ao tempo das cavernas, sem ao menos ter onde impetrar habeas corpus que o proteja da destruição. Temos de sair da tangência dos problemas, para adentrar no cerne das soluções. Daí a importância do Evangelho-Apocalipse. Ele é a base de toda a civilização moderna. Cabe muito bem aqui esta exortação do Papa Pio XI (Achille Ratti, 1857-1939), na Encíclica “Charitate Christi”: “A crença em Deus é o fundamento indestrutível de toda a ordem social e de toda a responsabilidade sobre a Terra. (…)”.
E assim encerra o missivista:
“Em meu lar ratificarei o cuidado com a exposição na internet. Inclusive com o caçula, pois, mesmo com os seus 12 anos, já é um internauta.
“Em nosso quadro Teen, do programa radiofônico Rebeldes de Jesus, transmitido pela Super Rede Boa Vontade de Rádio, iremos alertar sobre o assunto.
“Grato pela oportunidade! Um grande abraço!”.
Eis aí, saibamos, mas com equilíbrio e bom senso, usar essa ferramenta extraordinária que a Humanidade conquistou.