A graça da vida é a diferença entre as pessoas. O que seria de nós se todos fossemos iguais?!
E o ambiente é quem tem a maior participação na moldagem do nosso caráter. Estímulos, contextos e exemplos próximos são os que mais influenciam nossa personalidade. Mas, claro, há uma carga genética que também tem alí o seu papel.
Entretanto nunca vou para o lado do inatismo – “isso nasceu comigo e nada pode mudar”. Negativo. Trazendo para o futebol o chavão mais próximo seria: “tenho o dom de jogar. Para que então treinar?!”. Não, mil vezes não!!!
Trazendo a discussão para a classe de treinadores é muito interessante observar a diferença de perfis. Por mais que todos estejam inseridos na mesma (dura!) realidade do mercado, cada um reage de uma maneira.
E fora esse aspecto emocional, temos as ideias: todos estão passando pelos mesmos cursos da CBF, com acesso aos mesmos conteúdos. Porém cada um vai interpretar de uma forma e levar a cabo, nos treinos e campos de jogo, de uma maneira singular, baseado nas experiências prévias, forças de caráter e etc e etc…
Por tudo isso, toda e qualquer análise sobre determinado profissional deve ser criteriosa. Digo por parte de imprensa e torcida, mas fundamentalmente por quem tem a “caneta” nas mãos.
Dirigentes devem ter muito conhecimento e sensibilidade para entender determinada estratégia para um jogo, qual o modelo, quais as metodologias de treinos, quais os pilares humanos do trabalho e várias outras coisas que são simples se olhadas de maneira pontual, mas que combinadas formam uma complexa e sistêmica rede, que não pode ser avaliada de forma rasa e passional.
Ainda estamos engatinhando nesse aspecto no Brasil. Se contrata um treinador por uma “embalagem”, por um “rótulo”, mas sem a real noção dos meandros do trabalho, e sem saber ao certo o que ele tem como filosofia.
E para demitir o processo é o mesmo, porém com os traumas inevitáveis que todo desligamento carrega. Estudo e conhecimento são as chaves para bem avaliar. A parte da paixão deixamos para o torcedor!