São Paulo 16/9/2020 – Investir em algo sem contemplar cenários importantes é como pular deixando o paraquedas no avião
Aparentemente opostas, o esporte e o mundo corporativo convergem
Um levantamento da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) apontou um padrão de crescimento do empreendedorismo, com cerca de 53,4 milhões de brasileiros à frente de algum novo negócio ou atividade autônoma. O que muitos desses empresários não sabem é a relação que as empresas e investimentos estabelecem com esportes radicais, os quais não são tão procurados quanto à atividade empreendedora.
Empresário e paraquedista, Andre de Simone fala como o esporte o auxiliou com suas atividades corporativas. “Para mim o esporte radical, principalmente o paraquedismo, e a vida profissional têm uma relação intrínseca e ela ficou mais nítida depois que eu percebi as características que eu havia desenvolvido após anos saltando. A rápida tomada de decisões, o trabalho em equipe, o cálculo de riscos e busca por soluções são aspectos em comum entre os dois campos.”
De Simone ainda listou três pontos de convergência entre o paraquedismo e o empreendedorismo.
Risco calculado
“O paraquedismo em sua essência é pular de um avião em movimento há muitos pés de altura, munido de equipamentos de segurança – o paraquedas. O salto tem seu risco diminuído a partir do momento em que se tem um mecanismo principal – sem contar o reserva – que te faz flutuar até o chão ao invés de se esborrachar lá em baixo.
Empreender segue esse mesmo preceito. Oportunidades no mundo corporativo podem tanto dar certo quanto dar errado. Tendo isso em mente, é imprudente embarcar em algo de corpo e alma e doar todo seu tempo e dinheiro, sem calcular uma margem de erro caso as coisas não saiam como previsto. Investir em algo sem contemplar cenários importantes é como pular deixando o paraquedas no avião – metaforicamente falando, claro.”
Coragem
“Saltar de um avião não é o primeiro instinto do ser humano. Vai contra o instinto de sobrevivência se colocar em uma situação de perigo, mesmo com todo o aparato e instruções. O controle da ansiedade ao decolar e a resiliência para não desistir fazem parte do processo de coragem do esporte.
Esse mesmo processo se repete no ato de empreender. Como dito antes, as oportunidades podem ou não ser bem-sucedidas e o medo desde desconhecido é impeditivo para muitas pessoas, portanto, além de confiar no projeto, é preciso coragem para enfrentar os possíveis obstáculos e contorná-los da melhor forma.”
Aprendizado
“Ninguém acorda um dia, pega um paraquedas e pula. Antes de praticar o paraquedismo, todos devem passar por um curso preparatório com aulas teóricas que explicam os equipamentos, o salto em si, as técnicas, entre outros requisitos. Tanto as aulas quanto o próprio salto são feitos com profissionais capacitados e experientes. As técnicas e simulações de todos os procedimentos de segurança, te ensinam a identificar a diferença entre uma anormalidade e uma pane, além de como proceder em cada uma delas.
Encontrar referências, tirar dúvidas e passar por um processo de aprendizado também faz parte do ingresso no mundo corporativo. Um bom empreendedor busca saber sobre tendências, mercado financeiro, cases de sucesso, entre outros conhecimentos. Investir é sobre pesquisa e conhecimento também. Conversar com pessoas experientes pode fazer toda a diferença tanto no esporte quanto na hora de empreender.”