Uma semana após o incêndio que destruiu o barracão 5 da empresa de fraldas Capricho, localizada na avenida Pio XII, em Capivari, o sócio proprietário e diretor comercial Dirceu Forti Filho recebeu a reportagem d’O Semanário e com exclusividade, concedeu uma entrevista onde conta um pouco sobre o marcante episódio, que parou a cidade no aniversário de 180 anos.
No dia do incêndio (terça-feira – 10), por ser horário de almoço, apenas cinco meninas trabalhavam no barracão, selando amostras grátis de fraldas infantis, porém ninguém se feriu.
Diversos brigadistas de empresas vizinhas, bombeiros de Capivari e Piracicaba, como também os funcionários da empresa e diversos voluntários se mobilizaram no combate às chamas que tomaram o barracão. Segundo Dirceu, todo esse engajamento foi decisivo para que o incêndio não tomasse maiores proporções. “Temos muito orgulho do relacionamento fraternal que desenvolvemos junto com nossos colegas vizinhos, a rápida intervenção deles todos foi decisiva na contenção do incêndio, restringindo-o ao barracão 5, isolando e preservando as demais dependências da fábrica. Mesmo passado por um momento extremamente delicado, sentimos uma sensação muito gratificante ao ver tantas pessoas nos ajudando prontamente e sem nenhum interesse que não o nosso bem estar, foi muito emocionante e gratificante, não desejamos que algo semelhante ocorra a qualquer um deles, mas nos colocamos a disposição sempre, pois é recíproca a relação de amizade e presteza que nutrimos por elas”.
Indagado sobre a quantidade de pessoas que colaboraram, o diretor preferiu não citar nomes. “Temos uma lista imensa de empresas e voluntários, porém estamos com um pouco de precaução em divulgá-la, com receio de esquecer alguém ou alguma empresa, sentimos que o apoio foi total e somos muito gratos e reconhecidos por isso. Quanto a nossos funcionários, todos que estavam trabalhando naquele turno se empenharam e colaboraram muito, acreditamos que estamos falando em cerca de 160 pessoas da Capricho”, informou Dirceu.
De acordo com os dados divulgados pela empresa, os prejuízos ainda estão sendo contabilizados, mesmo porque somente após a vistoria da perícia, que será realizada no início da próxima semana, o barracão atingido será liberado para que a empresa consiga acessar as mercadorias que ainda estão lá. “Não sabemos nem o estado em que se encontram”, declarou em nota.
A Capricho aguarda também a visita de engenheiros civis que farão um laudo informando se o barracão poderá ou não ser utilizado novamente.
O barracão 5, anexo ao parque industrial da empresa Capricho, que emprega hoje 475 funcionários diretos, armazenava produtos acabados (fraldas infantis e geriátricas) aguardando embarque, lencinhos umedecidos, toalhinhas umedecidas, caixas com amostras grátis unitárias de fraldas, materiais de merchandising (cestos, brindes para sorteio, carrinhos elétricos, baby car, etc.), máquina de selagem, amostras grátis e algumas matérias primas leves, como filmes externos e barreiras.
Dirceu Forti Filho informou que a empresa tem seguro, tanto do material como do barracão. “Já acionamos e o trabalho da seguradora em levantar dados que nos sinalize com precisão a situação de perdas está sendo conduzido em conjunto com profissionais da Capricho”.
Segundo ele, a empresa é pró-ativa nas atitudes de precaução em termos de segurança. “Temos contrato com a Ctess que nos presta consultoria nesta área de segurança e brigada contra incêndio em conjunto com o corpo de bombeiros há anos, temos treinamentos quinzenais, reuniões, cursos, reciclagens, vistoria de materiais, sinalizações de segurança no solo e nas paredes, nossos pontos de água e mangueiras estavam 100% funcionando e caixas carregadas, isto contribuiu muito para o excelente desempenho das equipes de brigadistas e dos bombeiros. Além disso toda a parte elétrica, bem como qualquer área de circulação de empilhadeiras e gaiolas estão sendo revisadas e as sinalizações reforçadas para manter um padrão de segurança sempre muito qualificado. Em 37 anos de vida, esse foi o primeiro incidente com fogo em nossa empresa, que ao final teve consequências muito minimizadas devido a estas ações adotadas.”
Dirceu informou ainda que a Capricho segue trabalhando normalmente. “Não precisamos dispensar ninguém por queda de produção, nossos colaboradores continuam com seus empregos garantidos e nossos clientes supridos de produtos, ainda que carecendo de um prazo um pouco estendido, pois estamos repondo o material perdido, mas regularizaremos em alguns poucos dias”, e agradeceu: “É claro, agradecer mais uma vez pelo empenho e dedicação de todos nossos amigos que nos prestaram socorro e solidariedade.”
Informações
Segundo a assessoria da Capricho, o trabalho para apagar as chamas e resfriar o local durou até às 19h, porém os funcionários trabalharam até uma hora da madrugada para retirar os resíduos do barracão.
Cerca de 180 mil litros de água foram utilizados do poço da empresa Sicad, que tem capacidade para 250 mil litros, sem contar os caminhões do corpo de bombeiros e empresas que enviaram mais água.
