No dia 08 de setembro é celebrado o Dia Mundial da Alfabetização. Diante da proximidade desta data, o país poderia aproveitar para fazer um balanço do panorama da educação nacional e dos grandes desafios para superar as defasagens de ensino.
A Emenda Constitucional nº 59, de novembro de 2009, que prevê a obrigatoriedade de educação para crianças e adolescentes com faixa etária de 4 à 17 anos, não é seguida , afinal, o Relatório Todas as Crianças na Escola 2015, realizado pela Unicef, aponta que 534.872 crianças estão fora das salas de aula e não possuem acesso à educação.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Paulo Montenegro em conjunto com a Ação Educativa, o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), aponta que entre os anos de 2009 e 2011 o percentual de analfabetos com idade entre 15 e 64 anos apresentou queda de 1%. Esta queda pode ser considerada pequena quando, em paralelo, é feita a análise dos resultados da primeira edição da pesquisa TIC Educação, realizada pelo CETIC.br (Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação), que aponta que 81% das escolas públicas possuem laboratórios de informática. Desta forma, surge uma dúvida: 81% das escolas de ensino publico receberam investimentos no ensino tecnológico, por que os resultados não apresentaram evoluções significativas?
A verdade é que inserir e estimular os estudos às crianças e adolescentes que nasceram em um mundo tão tecnológico não é uma tarefa fácil, ainda mais, quando nos encontramos em uma fase de transição, em que existem educadores e governantes ainda com visões arcaicas.
A sala de aula composta por um professor, o quadro negro e o caderno fazem parte dos estudantes do passado, os alunos de hoje possuem características diferentes e para conseguir atrair a atenção destes novos jovens precisamos utilizar a tecnologia a favor do ensino.
O mundo está imediatista, tudo acontece de uma forma muito rápida, não poderia ser diferente com as crianças e adolescentes que, naturalmente, já têm esta característica mais aflorada, no entanto, falta um direcionamento para despertar o interesse por assuntos saudáveis, como o uso de programas tecnológicos que auxiliam na alfabetização e no estimulo a busca por conhecimentos gerais.
Não é raro ver estudantes em fase de alfabetização que dominam o uso da internet, porém, quando analisados em ambiente escolar, demonstram desinteresse e baixo desenvolvimento. As crianças de hoje estão incrivelmente preparadas para lidar com a ferramenta “tecnologia”, a forma natural como reconhecem um computador, lidam com redes sociais, demonstra que os educadores precisam readequar o sistema de ensino e aliar o uso da tecnologia para incentivar os jovens a buscarem dentro e fora das salas de aula conhecimento e bagagem cultural.
Segundo o Inaf, 47% da população apresenta um nível de alfabetização básico, ou seja, leem e compreendem os textos e números simples. A mesma pesquisa estabelece uma relação entre o nível de alfabetização e a renda das famílias, em que quanto maior a renda, maior o acesso à educação.
Este problema é acarretado pela junção de uma série de fatores, entre eles:
– Sucateamento nas escolas,
– Baixa remuneração dos profissionais,
– Falta de investimento em reciclagem de professores e profissionais da educação,
– Modelo de ensino arcaico e pouco motivador e
– Baixa qualidade de vida das famílias socioeconomicamente desfavorecidas.
As famílias que têm uma renda menor priorizam o trabalho para sobreviver e acabam deixando os estudos como um segundo plano, mas podemos inverter essa situação com programas de ensino focados no bem estar do estudante, ferramentas de aprendizado atualizadas, ambiente escolar favorável, alimentação de qualidade e conscientização da importância dos estudos.
O modelo de ensino, principalmente o fundamental, está bem arcaico, precisamos agir em conjunto, professores atualizados, programas tecnológicos de incentivo ao conhecimento, como o Programa de Incentivo ao Conhecimento (PIC 10), que reconhece e contempla os estudantes. Esta uma formula muito saudável de ensino,pois por meio destes programas podemos atingir com pouco investimento, todo o país de forma única e equilibrada.
Temos uma tarefa muito árdua no ensino, na verdade precisamos de união entre famílias x instituições x governantes. Os professores precisam buscar se atualizar e se qualificar, os governantes podem trabalhar por outro lado dando apoio pedagógico, infraestrutural, tecnológico e reconhecendo alunos e profissionais em destaque.
A partir do momento que a rede de ensino for reformulada de acordo com as necessidades dos novos perfis de alunos, os recursos tecnológicos tornarem-se aliados dos educadores, os nossos jovens vão agregar interesse, qualidade e conhecimento. A linguagem de hoje é a tecnologia, não podemos mais correr atrás, devemos sim sair na frente e investir no futuro do nosso país.
*Varlei Ramos é idealizador e diretor do Projeto PIC 10 – Programa de Incentivo ao Conhecimento, lançado recentemente no mercado brasileiro de educação, com o objetivo de estimular conhecimentos gerais em estudantes e premiar os que obtiverem as melhores pontuações com prêmios como tablets, computadores, TVs e smartphones. www.pic10.com.br