Editorial

Editorial – Trocam-se as moscas…

As mazelas da saúde pública em todo o Brasil insistem em ocupar generosos espaços na mídia. Denúncias sobre ausência de médicos especialistas, equipamentos hospitalares quebrados, demoradas filas de espera por atendimento, falta de remédios, etc, etc e tal.
Em Capivari, um verdadeiro jogo de empurra-empurra continua a envolver a Santa Casa de Misericórdia e municípios vizinhos. Infelizmente, apenas “trocam-se as moscas…” – o resto nem é preciso dizer.
A problemática ‘Casa’, que tem espantado a ‘Santa’ e clama por ‘Misericórdia’, continua em foco, e a cada semana, novas notícias assustam a população. Na segunda-feira (3), cinquenta funcionários foram demitidos pela nova diretoria, com a justificativa de que a atitude foi necessária para reduzir os gastos e de que o hospital trabalhava com excesso de funcionários. Em entrevista à Rádio Raízes FM, o presidente declarou que com essa redução na folha de pagamento, acredita que a Santa Casa volte há respirar um pouco mais. Será mesmo? Torcemos que sim, mas que outras pessoas não tenham o mesmo destino – deixar de respirar!
Não bastasse as demissões, a administração da entidade alega que Rafard, Mombuca e Elias Fausto estão em atraso no repasse das verbas do convênio, e que se o débito não for quitado até hoje (sexta-feira, 7), os pacientes não serão atendidos. Os gestores dos municípios alegam estar em dia com os repasses e que a Santa Casa pede um aumento de valor exorbitante – Rafard, de R$ 17 mil mensais, para R$ 60 mil e Mombuca, de R$ 7 mil para R$ 30 mil.
Nesse empurra-empurra, quem paga a conta mais uma vez, é a população.
Há tempos, a saúde pública vem sendo usada para fins políticos, emaranhada numa crise sem fim, estagnada na Tribuna Livre dos interesses partidários. Qual será o fim ou o recomeço de uma entidade afogada em dívidas, com sua estrutura física danificada e a moral abalada?
O espírito de ‘folego renovado’ dos novos gestores deve ser usado para criar saídas e alternativas, e não colocar a culpa em alguém. Já passou da hora de deixar o falso poder de lado que os cargos transmitem e trabalhar em prol da população. Atentar-se ao estado crítico em que se encontra a saúde pública e raciocinar antes de tentar tomar qualquer medida pela própria vaidade.
Não é de hoje, de ontem, ou do ano passado que a situação está complicada para quem depende da Santa Casa, e para a própria diretoria da entidade. Quem disser que acabará com essa dívida em uma gestão, está mentindo. Quem disser que irá tirar a Santa Casa do poço, está mentindo. O trabalho para isso é árduo, mas uma hora deve começar, e não centralizado numa disputa de administrações, mas envolvendo e unindo quem é responsável pelos setores, tanto na Santa Casa como na Prefeitura.
O quadro clínico é crítico. O presidente afirma que mesmo com as demissões, o atendimento do Pronto Socorro e da Santa Casa não serão prejudicados. Fato estranho é que sempre se reclamou que faltavam profissionais para atender a demanda, e logo cinquenta são mandados embora de uma vez só.
Embora o governo do estado procure mostrar o contrário, a saúde pública permanece um caos, para desespero dos menos afortunados que precisam recorrer ao SUS para prolongar a hora da morte.
Não se nega que nos últimos anos foram feitos grandes investimentos no setor, mas insuficientes para mudar a triste realidade estampada diariamente nas manchetes dos jornais. Uma lástima!
Aquilo que pedimos aos céus, na maioria das vezes se encontra em nossas mãos!
A população deve ter Fé, Esperança e Amor! E esperar dos gestores, ação, caráter e disposição.
Orando, vamos torcer por um desfecho positivo dessa história, que parece não ter fim.
Amém!

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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