Editorial

Editorial – Sensibilidade

O primeiro passo foi dado para que mais um patrimônio seja preservado e salvo das garras do tal “preço do progresso”.
Uma grande conquista, se assim podemos chamar, para tentar salvar o pouco que nos resta da história de duas cidades conurbadas – Rafard e Capivari -, separadas, ou melhor dizendo, unidas por pontes.
A “Capelinha de Itapeva”, como é carinhosamente chamada, é o marco desses dois municípios. Ali foi lançada a primeira semente que povoaria os “caipiras” desta terra. Tudo começou nesta capelinha, construída de taipa socada, que hoje encontra-se sovada pelo tempo, com o teto desabando, mas com as paredes firmes, quase que intactas.
A falta de sensibilidade de uma grande maioria da população, que vive a mercê da atual sociedade capitalista, parece aflorar em uma pequena parcela, ainda preocupada na preservação histórica e cultural de um povo. Sensibilidade esta, que tocou o Ministério Público, uma instituição essencial à função jurisdicional da justiça e que tem entre suas atribuições a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
Dentro deste interesse social, que de maneira amigável não se conquistou até os dias de hoje, os “sensíveis”, apostam suas fichas nesta instituição, para que faça cumprir a lei, e salve da ruína, esta importante e valiosa parte da histórica local.
Sensibilidade… percepção aguçada ou receptividade a respeito de algo; percepção sensorial como o meio através do qual o conhecimento é reunido; filosofia moral…
Como é bom saber que nos dias de hoje, ainda existem pessoas sensíveis… normais… humanas. Pessoas que não dependem de títulos e não vivem de prazeres que satisfaçam o seu ego pessoal. Simples, sem medo, que deixando a vaidade de lado, projetam o amanhã, sem pensar se estará ou não fazendo parte daquele futuro, mesmo assim, querendo deixar como herança, um lugar melhor, onde todos possam desfrutar e saber de onde vieram, onde tudo começou.
Bem dizia Clarice Lispector: “Sabe o que eu quero de verdade?! Jamais perder a sensibilidade, mesmo que às vezes ela arranhe um pouco a alma. Porque sem ela não poderia sentir a mim mesma…”
Se as vaidades e interesses pessoais forem deixados de lado, em busca de um bem comum, com certeza os resultados serão melhores… e maiores!
E lembre-se, “uma andorinha só, não faz verão!”

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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