04/12/2015
Editorial: Quem viver, verá!
A crise entre o Executivo e o Legislativo vem se agravando a cada dia. Fica claro e notório que há um bom tempo não existe mais diálogo ou comunicação entre os poderes. Neste momento, a atenção e os esforços estão voltados para o pedido de cassação do prefeito de Rafard, César Moreira, que do outro lado, prepara a sua defesa para se manter no cargo.
Nesta sexta-feira, 4, os vereadores se reúnem em sessão extraordinária, às 17h, na Câmara Municipal, para a regularização do sorteio da Comissão Processante sobre a denúncia contra o prefeito. O sorteio deveria ter acontecido no próprio plenário e não na sala de reuniões, como aconteceu no dia em que a denúncia foi acatada pelo Legislativo.
E por aí se esvai o dinheiro público e, consequentemente, a paciência da população, que de certa forma, dribla diariamente os problemas e dificuldades, que não são poucos.
A saúde não vai bem. Recentemente, moradores reclamaram a este semanário da qualidade do atendimento na Unidade Básica de Saúde, inclusive, da falta de respeito com o cidadão, que é notificado em cima da hora sobre o cancelamento de consultas agendadas, e também, da falta de atenção dos médicos no momento do primeiro atendimento. “Eles mal olham na cara da gente”, é a principal reclamação.
Falta água… energia… fiscalização… respeito!
A cidade está feia e mal cuidada. Como diz o ditado: “o pior cego não é aquele que não vê, e sim aquele que finge não enxergar”. Basta sair para uma caminhada e reparar o mato alto nas praças e rotatórias. Guias e sinalização de solo sem pintura, ruas esburacadas, constantes interrupções no fornecimento de água, cidade nas escuras devido ao número de lâmpadas queimadas nos postes e por aí vai.
Tal situação gera comentários maldosos de pessoas que brincam com coisa séria, fazendo alguns dos emancipacionistas se revirarem no caixão. “Rafard deveria ser devolvido para Capivari”, é uma das frases mais utilizadas nas últimas semanas. Uma falta de respeito para quem tanto lutou para conquistar a independência, mas que teve o desprazer de ver a Cidade Coração evoluir a passos tão curtos nos últimos 50 anos.
Enfim, o futuro da política é um mistério que deixa de cabelo em pé quem tanto ama essa cidade e também o país, que na última semana, viu a Câmara dos Deputados acatar a abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
Essa é a atual crise política no Brasil.
Como dizia o saudoso jornalista José Maria de Campos em suas colunas políticas, “quem viver, verá!”