31/10/2014
Editorial: ‘Não vamos desistir do Brasil’
Ressaca para alguns e tristeza para outros. Uma semana onde as emoções estiveram à flor da pele, às vezes até demais. De um lado a euforia da vitória, que contabiliza o quarto mandato consecutivo do PT no poder supremo. De outro, o inconformismo acompanhado de declarações ríspidas e discriminatórias de pessoas que defendem a divisão do país ao meio.
De bom grado ou não, Dilma Rousseff continua com a batuta que irá gerir o Brasil por mais quatro anos, com a difícil, senão a principal missão assumida em campanha, de combater duramente a corrupção escancarada de aliados partidários nos últimos anos.
Semana também dedicada à reflexão sobre ética, mesmo sem ter muito que comemorar, já que ao ser humano falta o exercício dos princípios morais e sociais. Afinal, o que é ser ético? Muito além de seguir regras de um determinado grupo, a ética compreende a reflexão antes da tomada de qualquer ação impulsiva, que pode ser exercitada com perguntas simples: quero? Devo? Posso?
Quando se fica incerto ou inseguro sobre alguma ação, quando o resultado atingido não foi o esperado, é necessário meditar sobre a ética. Como bem ilustrou o empresário Leonardo Carrara durante palestra no Rotary Club de Rafard na última terça-feira, 28, “a ética é o exercício do nosso modo de perceber como é que nós existimos coletivamente, e então pensar com seriedade naquilo que François Rabelais vaticinou: ‘conheço muitos que não puderam, quando deviam, porque não quiseram, quando podiam’”.
Tudo é exercício, tudo é escolha. Existem muitos direitos. Dentre eles estão os direitos morais e os direitos legais. E existe a ética. Reflita: “tem coisa que eu devo mas não quero, tem coisa que eu quero mas não posso, tem coisa que eu posso mas não devo.”
O universo retribui com benesses os que agem com justiça, e não necessariamente com o conceito do que é o direito ditado pela medição de força. Tudo e todos temos o nosso lugar ao sol. Melhor respirar antes de enfrentar o outro e dar calor ao choque de opiniões.
É com amor que se constrói e se convence. Com paciência. Com tolerância. Com serenidade de pensamento e de ação.
Faltou ética ao ser humano que resolveu depredar a iluminação do marco rotário na rotatória de entrada da cidade, que refletia a cor rosa em apoio à campanha ‘Outubro Rosa’. Talvez por ignorância, de nem mesmo saber o significado de tal, esta pessoa simplesmente destruiu os equipamentos. Uma pena!
Por essas e outras que o ser humano necessita de constante acompanhamento social, cultural e educacional. Entender certas atitudes vai além da inteligência humana.
A força da mudança é a gente quem faz e, como disse Eduardo Campos, “não vamos desistir do Brasil”.