Editorial

Editorial Mudança de conduta

Serão a ética e a responsabilidade elementos de um novo paradigma, que vem substituir um outro superado, cujas leis já não satisfazem, não são suficientes para explicar a realidade de fatos observados?
Podemos afirmar que já ocorrem transformações de uma parte ainda pequena da sociedade, em diversas partes do mundo, e quase todas as áreas de atuação, que adotam um novo padrão de comportamento, pautado por ações impregnadas pelo zelo, respeito e comprometimento com o desenvolvimento humano, com o bem-estar.
Tais movimentos decorrem certamente do inquestionável desgaste e atual fragilidade do nosso modelo de civilização, dominado pela “globalização perversa”, que dá sinais claros de insustentabilidade não apenas ecológica ou social, como há anos demonstram inúmeros relatórios, que divulgam índices de degradação que hoje podem ser considerados tradicionais.
Temos, portanto, sintomas cada vez mais abrangentes e generalizados que evidenciam a gravidade da situação do nosso modelo civilizacional que, desde a Revolução Industrial, insistem em apresentar como aquele que trará progresso e bem-estar a todos. Ao mesmo tempo, são essas mesmas condições de miséria social, riscos à capacidade de suporte do planeta e fragilidade do modelo econômico, que despertam a consciência de um número cada vez maior de pessoas. Estas se indignam e têm a certeza que é preciso reverter esse quadro, e que esse processo somente será possível através da adoção de diferentes valores e crenças, que por sua vez motivarão transformações na conduta da sociedade.
Entre outros valores, a responsabilidade é fundamental para que as transformações desejadas possam ser generalizadas. E pensar na responsabilidade é pensar na ética, como aquele conjunto maior de valores que a compreende. Para pensar sobre ética o primeiro cuidado é estarmos atentos às diferenças existentes entre a ética essencial ou espontânea e a ética moralista.
Dalai Lama dedica um capítulo completo para tratar o que denomina “responsabilidade universal”, definindo-a como “a consideração pelo bem-estar do outro; é pensar a dimensão social dos nossos atos e do igual direito de todos à felicidade; é reorientar nossos corações e nossas mentes para os outros; é ter compromisso com a honestidade e com a verdade em tudo que fazemos; liga-se intimamente com a justiça, com a obrigação de agir quando se tem consciência da injustiça”.
Essa é a prática diária que espera-se de cada ser humano dentro de uma sociedade em busca de progresso, porém, ordeiro, responsável e ético.
Um mundo novo só será possível por meio da adoção de diferentes valores, que por sua vez, motivarão transformações na conduta da sociedade.
Quem ainda não adotou a nova prática, a hora é essa, e estão atrasados!

Adaptação do artigo de Rachel Negrão Cavalcanti

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo
Abrir bate-papo
Olá
Podemos ajudá-lo?