No domingo, 13, comemoramos o Dia das Mães, data sublime onde devemos perpetuar esse ser maravilhoso, que carrega consigo a essência da vida e o poder supremo da criação.
Deus delegou à mulher, a maior e mais definitiva das missões: gerar vidas e trazer ao mundo seu povo, sua gente, criaturas que recebem como legado a imensa obra da natureza.
Nada mais justo que estarmos em festa: uns com o privilégio inusitado de abraçar, beijar, afagar suas mães; outros, com a certeza de que mamãe é uma criatura do céu e no terceiro andar vela e reza por todos.
É uma pena ter que dividir este espaço em uma data tão importante, com um assunto onde não temos nada a comemorar, mas não podemos deixar de falar sobre essa assombração que nos tira o sono de cada dia e nos faz refletir sobre como será o futuro da nossa região após a instalação de um Centro de Progressão Penitenciária.
Com certeza as mães já temem pela segurança e educação de seus filhos.
O mais engraçado é que nossa região sempre foi esquecida pelo Governo do Estado quando o assunto refere-se ao desenvolvimento e progresso da cidade. Investimentos para cultura, educação, turismo, segurança, habitação e demais áreas necessitadas não vêm. Ou vêm?
Você já parou pra pensar que nos últimos anos fomos lembrados apenas com surpresas nada agradáveis?
Com a promessa de duplicação das estradas, vieram os pedágios, com valores abusivos e a missão de “maquiar” as estradas. Enfim, duplicação que é bom… nada!
Agora, um belo “presente de grego”, a instalação de um Centro de Progressão Penitenciária na divisa entre os municípios de Rafard e Porto Feliz.
E quem não se lembra da tentativa do Governo de reativar as celas da Delegacia de Polícia Civil de Rafard para receber detentas? Pelo menos nesse caso, tiveram o mínimo de censo e postura, e a ideia foi por água abaixo, afinal, o local fica no centro da cidade, ao lado de creches, escolas e hospital.
Vale refletir que o desenvolvimento das cidades “caipiras” – como somos chamados por lá fora – carece de investimentos por parte desse Governo que só lembra da gente na hora de taxar mais impostos e presentear com coisas ruins.
E a discussão não deve ficar em torno de um preconceito mesquinho de receber uma unidade prisional, mas sim, que nenhum dos dois municípios tem infraestrutura adequada e nem estão preparados para receber essas pessoas, que não vêm sozinhas. Com elas vêm a necessidade de moradias para abrigar os familiares que as acompanham, afinal, serão mais de mil detentos, necessidade de segurança pública, pois a população estará sujeita a possíveis reincidências de alguns detentos e mais, necessidade de emprego, porque esses detentos precisarão de trabalho e até de educação, que fazem parte do programa de ressocialização e reinserção desses indivíduos na sociedade. Pra quem não sabe, os detentos que estão nos CPP’s, cumprem regime semiaberto e gozam dos benefícios de trabalho externo e saídas temporárias, podendo inclusive estudar. Há que se observar que nossa região é extremamente carente nesses quesitos.
E então, será que o Governo do Estado enviará todo o suporte necessário para essas pessoas? Com o CPP receberemos só o ônus ou também o bônus? Como fica a educação, a segurança, a moradia, a saúde e o emprego?
Torcer já não adianta mais, só nos resta lutar pelo nosso futuro, para que ele seja construído de maneira ordenada, segura e com qualidade de vida, como sonham essas mulheres que tanto nos amam e pedem a Deus por nós diariamente, nossas mães. Afinal, no momento, é só isso o que podemos comemorar.