Editorial

Editorial – Há bons que vêm para o bem

Antes o status do cargo, a elegância fajuta do caráter e a falácia abrangente para o povo, do que a valorização do próprio trabalho. Ética, mas não no serviço prestado, não na maneira de como se propôs a fazer, não no ambiente onde costuma frequentar.
Manter a postura de Bom Samaritano era o que tentavam fazer os ex-prefeitos de Rafard diante da população, amansando-a com projetos que não afetassem a contabilidade municipal, e consequentemente, o bolso do contribuinte. Aliás, uma questão importantíssima para pensarmos, será mesmo que todos são contribuintes?
Até quando era completamente defasada, a tarifa de água e esgoto do município era tida como um presente de mau gosto e boa aceitação, um desleixo do município, onde todos criticavam a falta d’água em suas casas, mas em contrapartida, muitos não pagavam suas contas, porque não havia punições para quem deixasse de se portar como um cidadão e cumprir suas obrigações, comprometendo-se em quitar os débitos com a Prefeitura.
Míseros R$ 3,75 eram cobrados pela tarifa econômica de água e esgoto, e mesmo assim, impregnados com o comodismo de quem late e não morde, alguns exalavam o mau-caratismo de que certa forma, a culpa era de um só e não tinha solução. Ninguém ousou retirar a tampa do caixão pra ver como estava o defunto desse setor da prefeitura, ficavam apenas observando e reclamando do mau cheiro que exalava pela falta de cuidados.
Há pouco mais de 50 dias como Prefeito, César Moreira, que até agora vem demonstrando um trabalho compromissado com a profissionalização das repartições públicas, e não ficando só no palavreado de tempos promissores, mas atuando firme dentro das possibilidades que lhe foram deixadas pelas administrações anteriores, retirou a tampa desse caixão e resolveu exumar esse setor tão desgastado e esquecido pelas autoridades que buscavam apenas transparecer como bonzinhos diante do povo.
Até agora, nenhum munícipe se pronunciou sobre a própria sonegação de impostos, da irresponsabilidade que carrega com o Município. Além da Prefeitura já bancar com um valor altíssimo pela com tarifa defasada, quase metade da cidade não paga sua contas, incluindo empresas, deixando assim um rombo gigante nos cofres públicos. Como não havia cortes na distribuição, alguns moradores estão sem pagar a conta há muitos anos, e se aproveitam do serviço diariamente. Jogam a pedra, mas não olham o próprio espelho.
Como não existem melhorias sem recursos, e não existem ganhos sem investimentos, foi aprovada por unanimidade a nova Lei que, possivelmente, reestruturará o setor da Prefeitura e garantirá certa autonomia e funcionalidade para ele, pelo menos, é o que se espera. Alguns vereadores afirmaram na votação do Projeto que o aumento no valor da tarifa era um “mal necessário”, mas o maior mal é a disfunção administrativa que não soube, anteriormente, recalcular e colocar-se à frente desse entrave municipal.
Afirmar que isso é um “mal necessário”, é consentir com a irresponsabilidade fiscal e defender os que não cumprem com suas obrigações, alegando que a Prefeitura é exclusivamente a detentora deste fardo, que em sua história, cresceu pelo abandono do setor e pelo não pagamento das contas de água.
Com a aprovação da Lei e, consecutivamente, a aplicação da mesma, são esperadas diversas melhorias, e realmente, que de uma vez, se acabe com a falta da água nas residências, ou pelo menos diminua drasticamente, e que o corte seja efetivado na distribuição de quem não paga, porque quando dói no bolso, o oportuno fica esperto. Além disso, profissionalizando o setor, as mudanças tendem a ser rápidas, dinamizando o potencial do serviço sem travar nas portas burocráticas.
Para melhorar é preciso agir, e não se lamentar por ter que arcar com os percalços que surgem diante do próprio trabalho quando se está fazendo o necessário para o bem público. Se a ferida não fosse cutucada agora, a cidade não teria água para os munícipes, e o “mal necessário” seria ouvir que: “não temos dinheiro para arrumar, mas continuem usando, continuaremos bancando a desonestidade pública”.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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