Editorial

Editorial – Ética… onde?

Portar-se íntegro, soberano sobre si mesmo, moralmente construído e conscientemente instruído, eis os maiores desafios dos que não se corromperam aos prazeres do mundo devastado pela insaciável fome de poder.
Vivemos acostumados com a facilidade das escolhas, com a acomodação do pouco que nos foi ofertado, aprendemos apenas o que foi manipulado pelos desbravadores do assunto e nos esquecemos de questionar a origem e o motivo de todo e qualquer pronunciamento.
Magistralmente, em nosso país, em nossas cidades, em todo canto onde há alguém que fale por nós, democraticamente escolhidos, existem os nossos representantes políticos. Porém, numa indiscutível falta de senso profissional, ético e moral, criminalizam o cargo que ocupam e ignoram os escândalos que mancham diariamente o nome de cada um.
Nesta semana, o plenário da Câmara de Rafard foi palco da Semana da Ética Profissional, recebendo dois dias de palestra sobre o assunto, com entrada livre e gratuita. O evento foi um sucesso, porém, o que chamou a atenção foi a pouca participação de autoridades políticas e empresários da cidade. Não que seja de lei ou de caráter autoritário comparecer, mas talvez, quem mais precisasse ter uma boa aula e ouvir os especialistas falando sobre ética e moral, não estiveram presentes. Talvez por motivos maiores ou particulares, mas que não digam que foi por falta de convite ou que não estavam sabendo, pois o evento foi divulgado na rádio da cidade, jornal, cartazes, redes sociais e tudo mais. Que pena!
O interesse do político diante da sua própria imagem deveria ser uma questão de extrema importância, não apenas para sorrir e abraçar as pessoas nos comícios e mendigar votos, atingindo assim o mais baixo nível moral de toda a humanidade. Fica o protesto, de forma construtiva!
Outra cidade que também está com uma névoa de discrepâncias pairando “sobre o teu céu de anil” é Capivari, cuja qual está passando por uma situação nunca antes imaginada pela população. Em todos os cantos a pergunta é: e agora, quem será o prefeito? Às vésperas da eleição, o atual prefeito Luis Campaci teve seu registro de candidatura cassado em primeira instância, mas pôde disputar com o recurso. Mesmo assim, sua votação não foi divulgada pelo Tribunal Superior Eleitoral até que se defina sua condenação ou absolvição pela Justiça Eleitoral. Agora, a bomba! Na última semana, mesmo após o pleito eleitoral, uma decisão do TJE impugnou o registro do prefeito eleito Rodrigo Proença e do vice Vitor Riccomini, declarando ambos inelegíveis por oito anos, com a acusação de que houve abuso de autoridade, utilizando uma rádio comunitária para promover e fazer campanha no período eleitoral.
Nos dois casos, cabe recurso da decisão, porém, até o desfecho judicial dessa história, a população fica sem saber quem realmente será o novo prefeito de Capivari. Para todas as hipóteses, até que o processo não tramite como julgado, Rodrigo Proença mantém o posto.
Numa eleição municipal marcada pelos entraves judiciais, fica a reflexão: o voto não é mais uma arma da democracia, é um suicídio a pancadas lentas, uma bomba relógio que explodirá quando o povo estiver distraído.
Segundo Aristóteles (Filósofo Grego), “Governar é permitir aos cidadãos viver a vida plena e feliz eticamente alcançada. O Estado, portanto, deve tornar possível o desenvolvimento e a felicidade do indivíduo”. Será que é isso o que pensam nossos representantes políticos? A política poderia ser honrada por pessoas sensatas, mas o partidarismo e a corrupção dos seres não permite que possamos viver num crescimento pacífico.
Hoje em dia conseguir um cargo político é como obter uma renda extra, tratando os assuntos importantes com má vontade e deixando as coisas pela metade, empurrando com a barriga o futuro de nossas cidades, deixando a população comendo capim e os acostumando com a própria sentença, esperar que a obrigação do voto seja trocada pela obrigação de uma legislatura transparente e digna de um verdadeiro Homem.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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