29/08/2014
Editorial: Chove, chuva
Não é novidade para ninguém que a região Sudeste enfrenta uma das maiores estiagens da história. O Sistema Cantareira, que abastecia nove milhões de pessoas na Grande São Paulo e no interior do estado, foi o primeiro a dar o sinal da estiagem. Hoje suas represas estão com apenas 12% de sua capacidade, e atingiu o seu nível mais baixo.
O Rio Paraíba do Sul, que serve 15 milhões de habitantes de São Paulo e Rio de Janeiro, também nunca esteve assim. A represa de Paraibuna, a maior da bacia, também está com apenas 12% da capacidade.
A situação é tão alarmante que às vésperas da estação chuvosa – a qual todo mundo espera que comece entre setembro e outubro – os próprios meteorologistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) não arriscam dizer quando volta a chover em nossa região – a mais habitada do Brasil.
Segundo especialistas, ainda que a previsão seja de chuva dentro normal, o déficit é tão grande que pode passar vários anos para que a situação se reestabeleça.
Infelizmente este é um cenário que se repete de tempos em tempos – sempre com tons mais dramáticos – como resultado da má gestão e da falta de planejamento, por parte dos governos, sobre os recursos hídricos.
Comunidades religiosas têm apelado para as orações, com a esperança de contar com a ajuda de São Pedro e reduzir o agravamento da escassez.
Apesar da tranquilidade declarada pelas autoridades municipais, mostrando certo conforto momentâneo perante a atual situação vivida pelo povo brasileiro, assistimos o salve-se quem puder das cidades vizinhas. Tem gente até cavando poço artesiano no quintal de casa.
Sob o risco da maior metrópole do Brasil entrar em colapso, pedimos o amparo das forças Divinas para auxiliar este povo sofrido.
Que ela venha mansa e constante.
Você é sempre bem-vinda… chuva!