20/06/2016
Duque de Caxias, o Pacificador 2
ARTIGO | Vimos anteriormente Luís Alves de Lima e Silva, um militar enérgico, organizado, estrategista, teve em seu avô, pai e tios exemplos (embora fosse contrário a eles quando se revoltaram contra o governo e líder). Corajoso e vitorioso nas suas investidas, foi cognominado “O Pacificador”, “O Duque de Ferro”. No dia 13 de março de 1962 foi escolhido como Patrono do Exército Brasileiro por considerarem que seu caráter deveria caracterizar também os soldados do Exército Nacional e a data do seu nascimento, 25 de agosto, para a comemoração. Caxias é considerado um dos expoentes dentre os maiores oficiais militares brasileiros de todos os tempos, foi também político, sempre fiel ao Imperador, tornou-se membro do Partido Conservador. Em 1846 elegeu-se senador e em 1856 foi nomeado Presidente do Conselho de Ministros (ele escolhia os ministros conselheiros de D. Pedro 2º). Caxias foi tão eficiente, que ocupou o cargo novamente entre 1861 e 1862 e entre 1875 e 1878, só deixando o cargo porque ficou muito doente. Luís Alves era moreno, cabelos castanhos e crespos, olhos castanhos amendoados altura média. Como estudante, mostrou-se talentoso, dedicado, porém irrequieto, foi muitas vezes repreendido por contender e ameaçar alunos mais novos, diz um biógrafo. A Wikipédia conta que o historiador Thomas Whigham o descreveu como alguém que “aprendeu cedo a arte de dar ordens. Imaculado em suas vestimentas, ele era de fala mansa, educado e sem problemas no controle de si mesmo. Parecia irradiar calma, compostura e autoridade”.
Ele tinha o dom nato de liderança, espírito indómito diante dos desafios. Contam os historiadores que na guerra contra o Paraguai, Caxias precisava passar pela ponte do Rio Itororó que estava muito bem guarnecida pelas tropas inimigas e a cada tentativa vários soldados de Caxias eram mortos. Seus homens restantes já fugiam, quando Caxias desembainhou a espada e clamou: “Salve sua majestade” “Salve o Brasil” e em direção à ponte gritou “Sigam-me os que forem brasileiros”. Assim incentivados seus homens se reuniram e puseram-se à luta. Como consequência seu cavalo e outros seus homens morreram, mas conseguiram ultrapassar o rio Itororó e venceram a guerra. Caxias chegou à Assumpção, mas desistiu de perseguir a Solano López porque se sentiu cansado e doente. Pediu licença a D. Pedro, e diante da negativa, nomeou um oficial seu para comandar seus soldados e voltou ao Brasil em 19/1/1869, surpreendendo à esposa e enfurecendo ao Imperador. Caxias escreveu que ele teria morrido caso não voltasse “daquele inferno”. Ele e D. Pedro 2º reconciliaram-se em fevereiro e no dia 23 de março do mesmo ano homenageou-o com a Imperial Ordem de Pedro 1º e concedeu-lhe o título de Duque de Caxias, o único brasileiro a receber tal honraria, nobreza do mais alto prestígio social. Sentindo-se desapontado com o Parlamento que o acusava de ter abandonado o exército sem permissão Duque de Caxias escreveu ao Gal. Osório: “ingratidões… é o que acontece comigo”.
Teve de aceitar a nomeação para ministro, contra sua vontade e apesar de sua recusa, pois D. Pedro disse que deixaria o governo caso não aceitasse. A esposa de Caxias, Ana Luísa faleceu, deixando-o viúvo aos 71 anos, e então, com 72, católico e maçom, viu-se diante de um problema, pois D. Pedro 2º mandara prender alguns bispos no litígio com a Maçonaria. O Duque pediu a D. Pedro a anistia desses bispos.
Piorando a saúde do Duque, desde 1876, o Imperador aquiesceu em que ele deixasse o cargo, e todo o gabinete se demitiu em 1/1/1878. Duque de Caxias, confinado à cadeira de rodas, faleceu em 7/5/1880 em Vassouras – R.J., e foi sepultado carregado por soldados de boa conduta, conforme seu pedido, de luxo somente a carruagem imperial. D. Pedro lamentou muito a morte de seu amigo e fiel escudeiro.
Duque de Caxias deixou um rastro de dignidade, honestidade, austeridade, igualitarismo (vide seu testamento), e liderança, apesar de suas falhas como humano. É um digno Patrono do Exército Brasileiro. Os que forem brasileiros que o sigam! Nossos políticos deviam ser brasileiros! Amém!