10/06/2016
Duque de Caxias, o Pacificador
ARTIGO | No dia 25 de agosto de 1803 nasceu Luís Alves de Lima e Silva, na Fazenda São Paulo, hoje Duque de Caxias, Rio de Janeiro. Era o segundo dentre os 10 irmãos, filhos de Francisco de Lima e Silva, Barão de Barra Grande e de Dª Mariana Cândido de Oliveira Belo. Conta-se que Luís Alves (nome de seu avô materno) foi alfabetizado por sua avó Quitéria Joaquina. Nasceu e cresceu na rua chamada Rua das Violas (por ser local onde moravam muitos violeiros e seresteiros). Seu avô José Joaquim foi um militar português que participara da guerra contra os espanhóis. Quando a família real veio ao Brasil, D. João VI fez guerras para anexar a Cisplatina e a Guiana Francesa ao Brasil, nas quais participaram os antecedentes de Luís Alves ganhando títulos de nobreza. O menino Luís Alves foi honrado com o título de Cadete do 1º Regimento de Infantaria do Rio de Janeiro.
Em 1811 o menino foi matriculado no Seminário S. Joaquim (depois Colégio D. Pedro 2º). Entrou para a Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho. Embora esse curso lhe facultasse ausentar das aulas no 1º e 5º anos, Luís Alves frequentou o curso todo. Foi promovido a alferes com 15 anos e a tenente com 17 anos. Seguiu a carreira militar, conforme os passos de seus antecedentes e tios; em 1821, em vez de voltar às aulas, matriculou-se no 1º Batalhão de Fuzilamento, do Imperador, e em outubro de 1822 fundou, no Campo de Santana a Imperial Guarda de Honra e Batalhão do Imperador, com 800 soldados “escolhidos a dedo” pelo próprio Caxias. O então Tenente Luís Alves recebeu das mãos do Imperador D. Pedro I, na capela Imperial, no dia 10 de novembro de 1822, a primeira bandeira do Império brasileiro independente.
Participou em 1823 da guerra contra Portugal pela independência do Brasil, principalmente na Bahia, expulsando os portugueses. Luís Alves foi promovido a Capitão em 1824 ao voltar para o Rio de Janeiro. Passou 3 anos (1825-1827) na guerra da Cisplatina, voltando de Montevideo foi promovido a Major e Comandante do Batalhão do Imperador. Manteve-se fiel ao Imperador, mesmo em 1831, quando alguns oficiais do exército, incluindo o pai e tios dele se revoltaram contra. D. Pedro I perguntou de que lado seu Comandante e Major ficaria, e ouviu a resposta: “… entre o amor ao seu pai e seu dever à Coroa, ficaria com a segunda” diz Francisco Doratioto. O Imperador agradeceu, mas preferiu abdicar ao governo que derramar sangue. Ele disse: “Eu marchei junto com o Batalhão do Imperador para o Campo de Santana por devoção às ordens competentes. Eu não era um revolucionário. Eu estimava a abdicação. Julguei que ela seria vantajosa para o Brasil, mas eu não concordo direta ou indiretamente com ela”. Quando D. Pedro I abdicou em favor de seu filho, com 6 anos de idade sob a tutoria de José Bonifácio, Luís Alves lhe ensinou esgrima, hipismo e outras artes marciais, tornando-se amigo do infante (veja Biografia de José Bonifácio e D. Pedro 2º).
Em 1833, no dia 6 de janeiro, casou com D. Anna Luísa Carneiro Viana de Lima, (na época com 16 anos de idade), com quem teve três filhos, a mais velha Luísa de Loreto, Viscondessa de Uraraí. Portanto a família de Caxias era nobre desde seu avô até sua filha. Além dos títulos acima Luís Alves recebeu o título de Tenente Coronel (1839), Presidente da Província do Maranhão e Comandante Geral das Forças (1840) de Barão de Caxias (1841), Conde (1845), Marquês (1852),, Ministro da Guerra (1855 e de 1875-1878) e Duque de Caxias (1869), é também Patrono de uma cadeira do Instituto Brasileiro de Cultura. Há monumentos em sua homenagem no Rio de Janeiro e São Paulo, ruas e avenidas com seu nome em vários municípios, e a cidade de Caxias (R.J.).
Sua ascendência na carreira militar continuou com suas conquistas diante dos revoltosos: Balaiada (1837), Farroupilha (1842), Praieiras (1848-1850), Religiosa (1872-1875), guerras contra a Argentina (1825-1828), Uruguai (1851), contra o Paraguai (1864-1870) (Caxias assumiu essa guerra em 1868).