ColunistasJ.R. Guedes de Oliveira

Duas obras: “Bocalismo” e “O Vigatista”

De um só supetão, Nilson Condé, paulistano, ator, autor, diretor de teatro, cinema, TV e produtor, lança dois livros: Bocalismo e O Vigarista.

Bocalismo

É composto de suas poesias recolhidas ao longo de sua trajetória artística, concebidas que foram com esmero, forma e valorosas mensagens de amor. Este lado poético de Condé é algo bem definido e refinado, não só pela razão de seu cuidado todo especial na composição dos seus versos mas, contudo, pela beleza lírica que deixa transparecer em cada página da obra.

Cabe ressaltar, até com uma certa ênfase, que Condé se envolve em versos livres, às vezes um tanto quanto “apimentados”, mas, sempre, com o seu sabor de um grande e sensível escritor esmerado e sem rodeios.

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Ler Bocalismo é uma viagem ao mundo das palavras escritas e criadas, luxuosamente apresentadas, sem rodeios, sem falsas concepções desmedidas, longe de um universo ditado pelo “absolutamente correto”, vamos dizer, sinceramente: despudoradamente.

Nestas 114 páginas deste livro, com 92 poemas, alguns recentes; outros de velhos tempos de suas andanças por este mundo afora, aportado, vezes e outras, em alguns portos seguros.

Bocalismo, na sua essência, é a realidade do que pode presenciar e vivenciar, com a mesma cabeça pensante, refletiva, filosófica e existencialista, de uma personalidade marcante na história do nosso teatro, da nossa TV, do nosso cinema, sem qualquer ensejo de louvores gratuitos, mas da correição de uma dignidade ímpar.

O Vigarista

Esta é uma obra polêmica, instigante, apresentada por ele, com o pseudônimo de Pauno Caolho, cuja contracapa a inserção do seu chamamento à leitura: “De tanto ver triunfar as nulidades literárias, resolvi fazer essa tentativa. Acho que me dei bem.”

A personagem ZéMané é o principal alvo desta obra satírica e descrita sem qualquer amarra e sujeita a uma reflexão por parte do seu leitor ou da sua leitora. É algo que poderá ser transformada em real, se assim desejarem, pois que, embutida em cada página, está razões, contrarrazões, ponderações, imaginações e conclusões.

Nilson Condé, que se autodenomina na obra como Pauno Caolho, nos deixa o caminho para estas nossas reflexões, num mundo onde as “pizzas” rolam, após contendas, ao terminar uma refrega estafante. No meio da conturbada eclosão do poder e de quem tem mais direito ou de quem está a chave do cofre, Pauno Caolho ri… muito ri… no aguardo de quem o possa visualizar a sua obra como inovadora e algo que jamais poderia estar guardada em sete chaves, como assim a mesma permaneceu por longos anos.

Penso, sinceramente, que estes escritos, Bocalismo e O Vigarista devem estar ao seu gabinete de leitura ou no criado-mudo de sua cama, para uma leitura à luz tênue do seu quarto. Inspira-nos, pois, forte poesia, grande formato literário e profunda nitidez de escrita.

Parabéns, Nilson Condé, por nos brindar com o que há de importante e de inovador, em tempos de vacilos e titubeios.

Contato: Nilson Condé  – E-mail: [email protected]

JR Guedes de Oliveira

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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