“Ah, quem dera eu pudesse arrancar o coração do meu peito e atirá-lo na correnteza, e então não haveria mais dor, nem saudade, nem lembranças”. Paulo Coelho
O hoje famoso escritor Paulo Coelho, um dos mais lidos no Brasil e no exterior, concedeu uma entrevista onde fala do uso de drogas, afirmando que ela traz uma euforia, que dá muito prazer, porém alerta para que não nos iludamos, porque ela tira a coisa mais importante que o indivíduo possui – sua liberdade de escolha.
O pensamento acima se refere ao passado, que é irrecuperável, e às insanidades cometidas – dor, lembranças, que por certo atormentam todos nós, porque errar é humano, estamos aprendendo com os erros. O pensamento atinge nossa emoção e o coração pode sentir bem-estar ou mal-estar.
O cérebro precisa de treinamento para largar os velhos vícios, que excitam o sistema nervoso (sistema de recompensa). No mínimo são noventa dias para realizar a desintoxicação do organismo e diminuir a lembrança do vício, com exercícios físicos e mentais, alimentação equilibrada, sono reparador e bastante água.
Se inicialmente o uso de drogas é um comportamento voluntário, com o uso prolongado dispara no cérebro um dispositivo mental que parece “ligar-se”. Quando é “ligado”, o indivíduo entra em estado de dependência química, caracterizada pela busca e consumo compulsivo e obsessivo da droga.
A doença compulsiva e a obsessão limitam a capacidade da pessoa de discernir entre o certo e o errado, e a família ou amigos devem tomar uma atitude em benefício da saúde e da vida do adicto (dependente), inicialmente com tratamentos ambulatoriais; em casos extremos, quando já se está com pensamentos suicidas, atos de violência, práticas de furtos ou roubos, problemas com a polícia ou com traficantes, a atitude ideal é buscar uma internação.
O que é a dependência química (vício/adicção)? É a perda do controle sobre o uso da droga (álcool, tabaco, maconha, cocaína, crack), surgindo a tolerância física quando o indivíduo precisa usar quantidade sempre maior para sentir o mesmo prazer de antes; as coisas naturais que traziam satisfação deixam de ter interesse e a pessoa somente pensa em tomar/usar mais uma.
No livro de Provérbios (15:13) encontramos essa informação que antecipa a ciência: “O coração alegre aformoseia o rosto, mas pela dor do coração o espírito se abate”. E o triste, para o usuário e para a família, é que não existe droga segura – todas vão causar dano, dependendo apenas do tempo e do consumo, não importando se é mínima sua utilização.
Além disso, toda sintonia tem companhia, e os viciados no corpo encontram a parceria dos doentes da alma que buscam, sedentos, um copo vivo para usufruir dos fluidos das substâncias intoxicantes.
É necessário bastante esforço da vontade para mudar e melhorar e, além dos recursos terapêuticos, psicológicos e médicos, é preciso se agarrar à fé e à esperança, apoiados no que dizia Jesus: “Não se turbe o vosso coração; crede em Deus, crede também em mim” (João, 14.1).