22/12/2017
DO FUNDO DO BAÚ RAFFARD
Final de ano em Raffard
ARTIGO | Ah! Dezembro, que alegria para os alunos, contentes por já estarem de férias, e também porque ficavam na expectativa dos presentes que seus pais iriam comprar, pois final de ano nas suas cabecinhas era sinônimo de ganhar presentes.
Os trabalhadores da Usina, tinham sempre garantido o presente dos filhos, no entanto na casa daqueles menos abastados, a luta diária era para colocar o básico na mesa, e muitas vezes não dispunham de sequer algum trocado para comprar nessa época do ano, um brinquedo por simples que fosse, para suas crianças.
E sabiam esses pais que a primeira reação daquelas que podiam ter seus presentes, era sair à rua para poder brincar e exibir aos outros seus brinquedos, não que houvesse aí alguma maldade, mas era uma reação natural de criança pela alegria de ter seu brinquedo novo.
Mas para conforto desses pais, diziam aos seus filhos que ficaram sabendo que na manhã do dia 25, logo cedinho, haveria distribuição de brinquedos para aqueles que os pais não podiam comprar, e a informação era passada de um para outro, tanto que no dia aprazado lá estavam muitas crianças, vindas de todos os lados, esperando ansiosamente as pessoas generosas que lhe dariam os brinquedos…
Logo cedo, saiam Dona Benedita Aprilante Vigoritto e Sr. Antonio Aprilante, seu irmão, com caixas enormes cheios de brinquedos, nas quais as crianças debruçavam e cada um pegava pelo menos um brinquedo para si.
Eram bolas, bonecas, carrinhos, caminhãozinhos, que as crianças saiam já brincando ali mesmo, esquecendo até mesmo de ir para casa, tanta era a alegria pelo presente ganho.
Tempos inesquecíveis, onde pessoas, conscientes que eram da situação de muitas famílias, onde os pais, por mais que quisessem, não tinham condições de comprar um simples brinquedo que fosse, faziam as vezes destes com o intuito de agradar as crianças numa época difícil.
Hoje ao recordar essa época tão mágica e inesquecível, não posso deixar de homenagear essas pessoas que hoje não estão mais entre nós, mas deixaram sua marca de bondade, generosidade e caridade para com aqueles menos favorecidos, dando sempre às crianças de Rafard daquele tempo, um final de ano mais feliz.