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Dia Mundial da Conscientização do Autismo:“Valorize as capacidades e respeite os limites!”

Para o Dia Mundial de Conscientização do Autismo (celebrado todo 2 de abril) o tema escolhido pela ONU foi “Valorize as capacidades e respeite os limites!”

A Revista Autismo escolheu a arte abaixo e vou compartilhar com vocês o significado dela que remete cirurgicamente a condição do Autismo:

A ideia dos peixes é lembrar que muitos autistas têm capacidades que são ignoradas ou, pior, presumidos como pouco capazes (ou até incapazes) por puro capacitismo. Porém, ninguém é capaz de tudo! Não se pode avaliar a capacidade de um peixe se o critério for subir em árvore, apesar de termos peixes que quase “voam” e que têm habilidades especiais, exceções. A regra, porém, é o peixe ser bom em nadar. Que o peixe seja avaliado por sua habilidade de nadar e que seja respeitado seu limite fora d’água.

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Em linhas gerais, Transtorno do Espectro Autista(TEA) ou o autismo é um transtorno, ou seja, uma alteração no desenvolvimento dos neurônios, então não é ausência de saúde deles, mas uma forma diferente no desenvolvimento.

É espectro porque essa alteração pode envolver muitos neurônios, genes e outras condições que caracterizam a forma que a pessoa autista recebe, processa responde uma informação do ambiente, sendo assim por envolver muitas variáveis e de intensidade diferente cada autista é único.

É autismo porque possui uma forma diferente de ver o mundo e as suas relações humanas e ambientais isso quer dizer que possuem alteração no Processamento Sensorial.

As características diagnósticas são dificuldades na comunicação social (iniciar, manter, conviver e entender as relações sociais), comportamentos repetitivos e estereotipados.

A causa é majoritariamente genética e essa alteração acontece dentro do útero, ou seja, se nasce autista.
A prevalência é 1: 33, um a cada 33 pessoas é autista e entre sexos é 1 a cada 4, porém estudos cada vez vem demonstrando que essa prevalência tanto de sexo e de pessoas não corresponde a realidade, a tendencia é ser 1:1 e a prevalência diminuir com o passar do tempo.

Dia Mundial da Conscientização do Autismo:“Valorize as capacidades e respeite os limites!”
Dia Mundial da Conscientização do Autismo:“Valorize as capacidades e respeite os limites!”

Os níveis de suporte dependem de quanto de ajuda a pessoa autista precisa: suporte leve, suporte substancial, suporte muito substancial. Lembrando que o leve não significa ausência de ajuda ou ser menos autista e nem o muito substancial a ponto de não presumir competência.

O diagnóstico é clínico com análise comportamental e os exames complementares são para descartar possibilidades. A Equipe normalmente é composta por Fonoaudiólogo pois há autistas não oralizados/verbais ou com dificuldades na fala, Terapeuta ocupacional para trabalhar a questões sensoriais e atividades de vida diária e autonomia, Psicólogo comportamental já que envolve dificuldades nas habilidades sociais e comportamentos diversos, Psicopedagogos Comportamentais e Acompanhantes Terapêuticos para resolver as questões escolares (comportamento de aluno, habilidades sociais, habilidades pre requisitos, habilidades acadêmicas e comportamentais no ambiente escolar) Psicomotricistas ou Profissionais de Educação Física pois a grande maioria tem dificuldades ou atrasos motores e psicomotores sendo essa Equipe liderada por um Neurologista ou Psiquiatra. Há casos que precisa de fisioterapeutas, equoterapia, musicoterapia, natação e outros. No Brasil, quem fecha diagnóstico na questão do autismo são esses profissionais, por isso não se contesta essas decisões se a contestação vier de alguém que não possui competência técnica para isso. Sendo assim, Escolas, Secretarias, Planos de Saúde não têm aptidão técnica para contestar uma decisão médica, principalmente se o médico for especialista na área. E sim em uma consulta é possível fechar diagnóstico.

A intervenção mais eficiente atualmente é a baseada na Análise do Comportamento Aplicada (ABA), porém ela deve seguir as recomendações internacionais ou Associações correlacionadas. Normalmente, o gerente ABA ou supervisor Sênior que o responsável técnico da Equipe Multidisciplinar precisa ter a formação de mestrado ou doutorado em ABA ou em Educação Especial voltado para ABA e ter preferencialmente a certificação internacional BCBA ou QABA com essas formações a garantia da intervenção ser adequada é maior pois essas certificações exigem um comprometimento padrão ouro de intervenção e seguir uma ética rigorosa por ser tratar de uma intervenção voltada em alterar o comportamento de alguém.

O prognóstico depende da eficácia dos profissionais na aplicabilidade dessa intervenção, intensidade da intervenção, proatividade de todos os envolvidos, frequência do paciente, precocidade e se há condições coexistentes ou preexistentes.

Adriana Guimarães

Bióloga e Pedagoga, Professora da Educação Especial, Ativista Social-Mãeromba, Membro do Conselho da Pessoa com Deficiência em Rafard, mãe de um garotinho autista de 8 anos, o Raonic. Se quiser receber notícias sobre inclusão e acessibilidade e desejar fazer parte da minha lista de transmissão me chame whats (19) 99398-0478.

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