Dia 21 que passou que se comemora o Dia da árvore, ouvimos muito se falar no meio ambiente, e sobre os efeitos causados com a falta delas, quando na verdade, a grande maioria dos críticos, nunca plantaram uma muda de árvore sequer.
Lembro-me de quando criança e era aluno no Grupo Escolar Prof. Luís Grellet, nessa data que hoje passa despercebida para a maioria – em que entramos na estação da primavera – e também comemoramos o “Dia da árvore”, nossas professoras saiam às ruas de nossa cidade, acompanhadas dos seus alunos, e cada um de nós, plantava uma mudinha de uma espécie de árvore nas calçadas da nossa cidade.
Os buracos já estavam previamente cavados pelos operários da Prefeitura de Rafard, e cada aluno escolhido para fazer o plantio da muda, era também aconselhado a fiscalizar o crescimento da árvore que havia plantado.
Se alguém tentasse de alguma forma, danificar a arvorezinha que havíamos plantado, era advertido energicamente por nós, e caso precisasse, éramos aconselhados a avisar a direção da escola para as providências necessárias.
Lembro como se fosse hoje que ao plantar uma muda de árvore bem no encontro dos muros da frente e lateral do Grellet, onde forma um triângulo, foi plantada uma muda de árvore que simbolizava para os alunos todas aquelas que plantamos, para que ficasse em nossa memória.
Enquanto a muda de árvore era colocada no chão, a professora de música, a Dona Rosinha, acompanhada de outras professoras e seus alunos, entoavam o Hino da árvore, cuja letra nunca mais esqueci:
“Cavemos a terra, plantemos a árvore,
Que amiga e bondosa ela aqui nos será!
Um dia, ao voltarmos pedindo-lhe abrigo,
Ou flores, ou frutos, ou sombras dará!
O céu generoso nos regue esta planta;
O Sol de dezembro lhe dê seu calor;
A terra, que é boa, lhe firme as raízes
E tenham as folhas frescuras e verdor!
Plantemos a árvore, que a árvore amiga
Seus ramos frondosos aqui abrirá,
Um dia, ao voltarmos, em busca de flores,
Com as flores, bons frutos e sombra dará
O céu generoso nos regue esta planta;
O Sol de dezembro lhe dê seu calor;
A terra, que é boa, lhe firme as raízes
E tenham as folhas frescuras e verdor…
Tenho firme nas minhas lembranças de que o local escolhido pelas professoras para que eu plantasse a minha muda, foi na Rua Marechal Deodoro da Fonseca, quase na esquina com a Rua Abolição.
E, eu, no despertar de minha consciência, mesmo sendo apenas um garoto, instruído pela minha professora, fiscalizei o crescimento da “minha arvorezinha” zelando para que ninguém viesse a maltratá-la, até que ela ganhou altura, robustez e se tornou adulta.
Como se pode ver, os alunos cumpriam à risca as instruções dos educadores, e essa disciplina era geral, e cada aluno sabia onde estava a árvore que havia plantado, mesmo depois de passados longos anos.
Dizem que uma pessoa, para se sentir realizada, deve ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro. Me falta somente escrever o livro.