26/06/2015
Deus e a verdade filosófica
Artigo | Por Leondenis Vendramim
A verdade é universal, imutável e intemporal. Não se veste dos costumes, nem é relativa. É válida para todos os povos, em todos os lugares e em todos os tempos. O problema não está com a verdade, mas com os conhecedores dela, com os homens que têm conhecimento limitado da mesma. A verdade não muda, o que é mutável é o seu conhecimento. Filósofos são definidos como amigos da sabedoria em busca da verdade. Mas, através do tempo, nota-se, que afirmações dos filósofos se contradizem mutuamente. O inatismo de Platão foi contradito pelo experimentismo de Aristóteles e mais tarde de John Locke; George Berkeley e Thomas Hobbes se opuseram, em parte, ao empirismo de Locke. René Descartes defendeu a teoria do racionalismo contrapondo-se ao empirismo. Outros filósofos e teólogos se opuseram ao racionalismo, e assim, não temos uma teoria única, como verdade a ser adotada por defensoria unânime e universal. Platão ensinou que há dois mundos. O mundo de Deus, do conhecimento, da moral, da luz, onde o homem foi originado. Deste é enviado com toda a perfeição e conhecimentos para a Terra, que é o mundo das trevas, do mal, da imoralidade. No caminho, esquece o bem, adquire o mal. Na Terra, como numa caverna, vive na sombra da ignorância, tudo o que aprende é quimeras, inverídico, imoral. Então ele morre e volta para o mundo da luz a fim de reaprender o bem e a verdade. Este ciclo de encarnação e reencarnação é mantido até atingir um estágio que o permita ficar morando no mundo das luzes. É uma fonte da filosofia espiritista, e também do conhecimento inato, isto é, o homem nasce com o conhecimento, com a bondade, mas perverte-se, esquece, precisa voltar à Fonte do saber. Em contraposição ao inatismo surgiu o empirismo. John Locke é considerado o fundador dessa teoria. Locke ensinava que a mente humana nasce como uma tábua rasa, sem conteúdo, e através da experiência vai preenchendo-a com idéias adquiridas. E em oposição ao empirismo e ao inatismo, Descartes dizia que o conhecimento é adquirido pela razão, mesmo que seja provado pela experiência, e, o conhecimento inato era produzido, a priori, pela razão. Para o racionalismo, somente se chega à verdade por meio da razão, nenhum conhecimento é verdade se não for aprovado por ela. Assim, o racionalismo se opõe também à filosofia cristã que admite que o conhecimento verdadeiro possa vir também através de revelação. Segundo os filósofos cristãos e teólogos Deus existe, é real, e Se comunica com os homens por meio de revelações, profecias, sonhos, pela consciência, pela natureza e também por meio das ciências transmitidas pelos humanos. Enquanto os racionalistas creem que a razão é a origem da verdade, e nada é verdade sem a aprovação da razão (a razão é o deus último), os filósofos cristãos e teólogos creem que o Deus Criador é a Fonte da verdade e de todo o conhecimento, inclusive do científico, é Ele que dá capacidade para o homem pesquisar e conhecer todos os ramos do conhecimento científico.
Deus disse: “Eu sou o Senhor, que falo a verdade, e anuncio as coisas retas” (Is 45:19). Quando Jesus, o Deus feito carne, esteve nesta Terra (e isto é histórico) disse: “Eu sou… a verdade…” (João 14:6); “Ele deu testemunho da verdade” (5:33); “…procurais matar a Mim,…que vos disse a verdade” (8:40). E Paulo testemunha: “… é impossível que Deus minta…” (Heb 6:18).
Como vimos a verdade é imutável atemporal, é sempre verdade, em toda e qualquer circunstância, e se Deus é verdade, tudo o que Ele faz e diz, é verdade, Seus ensinos são verdades, nada mais que verdades. Ele mesmo disse: “Eu o Senhor não mudo”. (Mal. 3:6). É concludente: os ensinos dos filósofos mudam e se contradizem mutuamente, mas Deus é o mesmo (Heb 1:12) hoje e eternamente (Sl 92:8; Ap 10:6).
Há muitos ensinamentos filosóficos éticos, coerentes e consentâneos com a ciência e utilíssimos para a vida humana, particular e social, mas quando em confronto com aquilo que Deus fala, é melhor ficar do lado Daquele que tudo sabe, que não Se engana, e que nos ama.
