25/06/2014
Deus, Brasil e globalização
Artigo | Por José de Paiva Netto
Depois de vencer a partida de segunda-feira, 23/6, contra a Seleção de Camarões, no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília/DF, nosso país continua em campo, na busca pelo hexa.
A Copa do Mundo é muito útil no exercício da Paz entre todos. Que assim seja sempre!
No sábado, 21/6, falando aos jovens de Boa Vontade, que realizavam a 39ª edição de um fórum internacional organizado por eles, comentei a respeito da Globalização do Amor Fraterno, o tema do dia.
Ora, a meta, pelos milênios, é globalizar. Mas o quê? Costumo dizer que a reforma do social, portanto do humano, vem pelo espírito. Esse é o diferencial que apresentamos à humanidade. (…). Globalização do que Jesus, o Celeste Estadista, quer que seja globalizado: o pensamento de Deus, que é Amor (I João, 4:8); logo, é fraternidade no mais alto sentido. Muita gente ainda pensa que ela seja apenas entre o seu grupo, entre a sua tribo. E aí as nações se dividem, os seres humanos se matam, nem as crianças se salvam. (…)
Para se compreender a dimensão do real espírito de concórdia, peço licença para trazer uma das melhores definições sobre Deus, em magnífica página de Eurípedes Barsanulfo (1880-1918). Ele foi um respeitado educador, político, jornalista e médium brasileiro. Trata-se de bela poesia em forma de prosa:
“O Universo é obra inteligentíssima; obra que transcende a mais genial inteligência humana; e, como todo efeito inteligente tem uma causa inteligente, é forçoso inferir que a do Universo é superior a toda inteligência; é a inteligência das inteligências; a causa das causas; a lei das leis; o princípio dos princípios; a razão das razões; a consciência das consciências; é Deus! Deus! Nome mil vezes santo, que Newton jamais pronunciava sem descobrir a cabeça!
“Ó Deus que vos revelais pela natureza, vossa filha e nossa mãe, reconheço-vos eu, Senhor, na poesia da criação; na criancinha que sorri; no ancião que tropeça; no mendigo que implora; na mão que assiste; na mãe querida que vela; no pai extremoso que instrui; no apóstolo abnegado que evangeliza as multidões.
“Ó Deus! Reconheço-vos eu, Senhor, no amor do esposo; no afeto do filho; na estima da irmã; na justiça do justo; na misericórdia do indulgente; na fé do homem piedoso; na esperança dos povos; na caridade dos bons; na inteireza dos íntegros.
“Ó Deus! Reconheço-vos eu, Senhor! no estro do vate; na eloquência do orador; na inspiração do artista; na santidade do mestre; na sabedoria do filósofo e nos fogos eternos do gênio!
“Ó Deus! Reconheço-vos eu, Senhor! na flor dos vergéis, na relva dos vales; no matiz dos campos; na brisa dos prados; no perfume das campinas; no murmúrio das fontes; no rumorejo das franças; na música dos bosques; na placidez dos lagos; na altivez dos montes; na amplidão dos oceanos e na majestade do firmamento!
“Ó Deus! Reconheço-vos eu, Senhor, nos lindos antélios, no íris multicor; nas auroras polares; no argênteo da Lua; no brilho do Sol; na fulgência das estrelas; no fulgor das constelações!
“Ó Deus! Reconheço-vos eu, Senhor! na formação das nebulosas; na origem dos mundos; na gênese dos sóis; no berço das humanidades; na maravilha, no esplendor e no sublime do Infinito!
“Ó Deus! Reconheço-vos eu, Senhor, com Jesus, quando ora: ‘Pai Nosso, que estais nos Céus…’ ou com os Anjos quando cantam: ‘Glória a Deus nas Alturas, Paz na Terra aos Homens [e Mulheres] da Boa Vontade de Deus’”.
Assim fica mais fácil entendermos o Amor verdadeiramente solidário que urge seja universalizado: o que alimenta, que educa, que dá segurança, que proporciona saúde, e que, acima de tudo, espiritualiza os povos em sua totalidade.