Leondenis Vendramim

Deus, a Bíblia e a ciência 8

leondenis vendramim colunista
Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)

No séc. 17 deístas falavam sobre um Deus distante, que não dispunha de tempo para os problemas humanos e propuseram uma religião naturalista racional desprezando a religião revelada e bíblica. O Filósofo francês René Descartes (1596-1650) foi o pai do racionalismo.

Os racionalistas não descartavam totalmente o cristianismo, mas conformavam-no à razão. Para John Locke (1632-1704) tudo o que fosse contrário à razão era inadmissível.

No seu livro “A Irrazoabilidade do Cristianismo” (1695) afirma que a Bíblia contém verdades que a razão não consegue descobrir, nada de suas mensagens centrais é contrária à razão, e os milagres não são irrazoáveis.

Publicidade

David Hume (1711-1751), deísta, escreveu sobre uma “deidade morta pela razão”, pôs-se contra a justificação, a menos que seja racional. Deísmo é a crença num Deus que criou uma célula original e leis que concordam com a razão; o que não pode ser aprovado pela razão é tido como superstição, ou, ignorância da verdade, como a encarnação de Cristo, a justificação pela morte de Jesus, a ressurreição de Cristo.

A razão, sem Deus e sem religião, daria à humanidade desenvolvimento, paz, felicidade, saúde e longevidade, e agora, também a eternidade. Voltaire (1694-1778) foi um dos mais fervorosos no combate ao absolutismo, à Bíblia, e à igreja, mas confessou ser adorador de Deus.

O iluminismo adotou o deísmo e o racionalismo, tornou-se um caldeirão no qual fervilhavam as proposições filosóficas preparando a França para a Revolução. As igrejas tornaram-se templos da razão. Coroaram uma jovem como deusa da “Razão”, conduziram-na numa procissão e a colocaram no altar da igreja de Notredame. Promoveram um culto festivo, libidinoso e muita licenciosidade. Robespierre substituiu esse culto à “Razão” pelo culto ao “Ser Supremo” do deísmo, eliminado por sua vez por Napoleão Bonaparte.

No séc. 18, o iluminismo elevou a razão humana ao ápice; só ela diria o que seria verdade; tornou-se a aferição da Bíblia e de Deus. No seu conceito a “Razão” diviniza o homem, dá-lhe sabedoria, felicidade, saúde, paz acabando com as guerras; ela independe de Deus. Porém, razão é a faculdade que o ser humano tem de avaliar, julgar, de raciocinar, não é uma entidade a ser deificada. É a habilidade de pensar, tirar conclusões para agir. Segundo a Escritura Deus é Quem dá sabedoria (Pv 2:6), saúde (Sl 103:3); felicidade (Sl. 33:12); paz (Jo. 14:27), vida (Jo. 10:10).

Para sua decepção os iluministas viram a França tornar-se mais violenta, explodiu a Revolução Francesa (1792), o rio Sena ficou avermelhado pelo sangue dos guilhotinados, inclusive do seu rei Luís 16. Viram a paz que conseguiriam pela deusa Razão se escoarem pelo ralo iluminado.

Logo, 22 anos após (1914-1918), a humanidade ilustrada pela deusa deflagra a primeira guerra mundial; foram 10 milhões de mortos, 20 milhões de feridos e mutilados e a Alemanha ficou querendo revanche, tal foi a ganância com que avançaram nos despojos.

E veio a segunda guerra mundial (1939-1945): 45 milhões de mortos, 35 milhões de feridos, e um desperdício de 1,378 trilhão de dólares (mais de 6 trilhões de reais), muitas jovens estupradas, economia arrasada. Criaram a ONU para ajudar a D. Razão a alcançar a paz, mas até hoje o mundo não sabe o que é ficar sem beligerância. Nosso Mundo está cada vez mais violento, as facções imperativas e as drogas ceifam vidas precoces com muita frieza e barbárie.

Saúde? O homem racional não conseguiu! O mundo está cada vez mais doente. Pandemias têm varrido seres humanos sem piedade e deixado cientistas e especialistas prostrados, eles mesmos procuram pela saúde. Enjaulados pelo Coronavírus, estão assistindo a milhares de pessoas morrerem sem saber quem mais está na lista dos condenados por ele!

O medo é patente! Os iluminados positivistas também não encontraram a felicidade por meio da razão, o número dos suicidas e alarmante e crescente. E como poderiam, sem paz e sem saúde? Segundo a FAO, anualmente, no Mundo, quase 10 milhões de pessoas morrem de fome! Estão gastando trilhões de dólares para racionalmente encontrar a vida eterna, e alguns creem tê-la encontrado.

Um investimento inglório, pois só Deus pode dar vida (Jo. 3:16,36). Jesus disse: Eu vim para que tenham vida, mas não querem vir a Mim para terem vida (Jo. 14:6 e 5:40). Se quiser viver saudável, em paz, pense nisso.

ARTIGO escrito por Leondenis Vendramim, professor de Filosofia, Ética e História. Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal. São de inteira responsabilidade de seus autores.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo