Na cidade em que eu nasci, uma venda existia
Um dia conversando, dona Carminha me dizia
Já fazia muito tempo! Eu não conhecia
Seu pai tinha uma venda, e muita freguesia
Já era de certa idade, homem muito respeitado
Todo mundo sabia!
Um senhor educado e determinado em tudo que fazia
Um dia uma freguesa lá na venda aparecia
Para comprar uma dúzia de ovos que no armazém vendia
E na hora de pagar deste jeito ela falou:
“Lá no armazém da esquina, o lugar que eu sempre vou
Os ovos são mais baratos, vinte a menos que os do senhor”
O vendeiro educado, mas por dentro remoía:
“Lá ela compra e paga
E aqui sempre marcou”
Por ser boa freguesa, desta vez ele tirou
Quando saiu na porta com os ovos que comprou
Escorregou
E os ovos ela quebrou
Voltou de novo no balcão, outros ela comprou
O vendeiro determinado, deste jeito assim pensou:
“Não quis pagar o preço justo, mas agora não descontou
Pagou duas dúzias de ovos e só uma levou”
