Opinião

Desafio à imortalidade

23/10/2015

Desafio à imortalidade

Artigo | Por Leondenis Vendramim
Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Leondenis Vendramim/Arquivo pessoal)
Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Leondenis Vendramim/Arquivo pessoal)

Li, de algum biógrafo de Abraham Lincoln, que ele não conseguiu boa educação por motivos financeiros da família, tornando-se um autodidata. Nasceu em 12 de fevereiro de 1806. Tinha uma compleição longilínea, com braços bastante longos. No seu espírito guerreiro de abolicionista, certa vez escreveu uma carta, sob o manto de um pseudônimo, contra seu oponente. Porém, dias depois, seu opositor, descobriu o autor da missiva, bateu na porta de Lincoln e o desafiou para um duelo mortal. Ele devia escolher as armas. Bastante preocupado, pela destreza do inimigo, lembrou-se de que seus braços eram longos e escolheu lutar com espadas. O embate não teve desfecho por interferências políticas.

Mas, o que é desafio? A palavra desafio é composta de um prefixo negativo “des” mais a raiz “afio” do verbo afiar, que significa tornar cortante, apurar, aprimorar, aperfeiçoar. Assim, desafiar é tornar sem fio, ir contra a apuração, tornar imperfeito, provocar. No caso, desafiar é mostrar que o defensor de uma opinião está errado e provocá-lo a se defender. É neste sentido último que uso o título e o desafio. Não tem o objetivo mordaz de agredir os sentimentos e o ego daqueles que pensam diferente. Como já escrevi, não sou apologético, e respeito o “pensum et modus vivendi” de cada um.

Tenho escrito estes últimos doze artigos sobre a mortalidade e imortalidade com o intuito de mostrar, que a teoria da imortalidade da alma é filosófica e antibíblica. O que lavrei foi simplesmente uma comparação entre os escritos da Palavra de Deus e dos filósofos sobre o tema, mostrando serem teorias visceralmente opostas, sem meios termos e sem chances de acordo. Meu nome é uma homenagem a um filósofo espírita, francês, Leon Denis, sou filho de mãe espírita, meus parentes o são em grande número, frequentei catecismo kardecista; obviamente respeito e os amo. Claro é que o amor, a fraternidade, igualdade são ensinados por todos, pelo Livro Sagrado e por todas as religiões, com exceção da chamada Igreja de Satanás. Mas lanço um “desafio” a mim próprio, e a quem mais se achar naquela posição, para que mostremos, por meio de análise exegética, sem interposição pessoal, o contrário do exarado aqui, e encontremos nas Escrituras, aprovação para, entre outros ensinamentos:

1 – que o homem não é alma, mas possui alma (Gn. 2:7);

2 – que esta é imortal (Ez. 18:4,20);

3 – que a metempsicose (a alma sai do corpo e anima ou interfere em outros) é real (Ecl. 3:18-22) .

4 – as almas dos mortos ajudam ou perseguem aos vivos (Ecl. 9:5-6,10. Gn. 3:19; Jó 14:12; 34:15).

5 – que a alma reencarna para se purificar dos pecados da vida anterior, a fim de se salvarem (At. 4:12; Hb. 2:3).

6 – que somos salvos pelas obras de caridade (Jo. 3:16: Rm. 1:16; Ef. 2:2-9).

7 – se a alma reencarna, por que haverá ressurreição (1 Cor. 15: 51-54; João 5:28-29)?

8 – se a alma não aperfeiçoada reencarna para pagar seus pecados, por que Jesus morreu na cruz sendo puro? (Mt. 27:42; At. 16:31; Rm. 5:6-11)?

9 – Por que Moisés ensinou contrário a essa doutrina (Dt 18:10-12)? Jó cria diferente dela (Jó 14:10-12; 19:25-29)? O salmista cria que os mortos são esquecidos (Sl 31:12? Isaias diz que os mortos não tornarm à vida (26:14)? Ezequiel afirma que a alma morre (18:4,20)? Os apóstolos não criam na reencarnação Paulo (1 Ts 4:13-17) João (Ap. 20:4-6) Pedro (At 2:29), enfim, todos os profetas e apóstolos criam na ressurreição e não na reencarnação; e Jesus também ensinou assim (5:21).

A bendita esperança do cristão é baseada na firme certeza de que Jesus morreu na cruz sem ter pecado, para que, nós pecadores fiquemos livres da culpa. ““… nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, os que não andam segundo a carne… a inclinação da carne é inimizade contra Deus pois não é sujeita à lei de Deus” (Rm 8:1-7).

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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