Com meus passos lentos e cansados
procuro as trilhas do meu passado:
– cadê meus passos perdidos?
estão desfeitos, desconfigurados…
Todas as trilhas do meu passado
me levam a um futuro pretérito, imperfeito;
tentarei torná-lo mais que perfeito:
mudarei os verbos e advérbios
e as variações dos tempos verbais
amarei a vida, os amigos
as amantes e amadas muito mais!
Todos meus desafetos perdoarei
Na minha catarse, lágrimas correrão
E diante de meus erros, ajoelharei.
Meu caminho que me levam ao passado
é longo, secreto, indefinível, inóspito
passa por aldeias reprimidas
Por cães, pedintes famintos e urbes tristes
de arquiteturas esfaceladas e decadentes
mas lá encontrarei antigos amigos
as mesmas amantes e amadas de outrora
nas praças, nos bares, na praça da matriz
nos pátios dos colégios, dos tempos áulicos
nas linhas e esquinas do tempo, nos bailes da vida
cantando e contando suas longas histórias;
também recontarei as minhas lendas
E inventarei um novo e inesperado futuro…