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Copa do Mundo é tema de aulas em escola

23/05/2014

Copa do Mundo é tema de aulas em escola

Com auxílio de todos os professores e funcionários, alunos pintaram muro da escola com suas próprias silhuetas; competição também foi abordada nas disciplinas de Geografia e História
Muro da Escola Bispo Dom Mateus foi pintado pelos próprios alunos (Foto: Túlio Darros/O Semanário)
Muro da Escola Bispo Dom Mateus foi pintado pelos próprios alunos (Foto: Túlio Darros/O Semanário)

MOMBUCA – A Copa do Mundo invadiu as salas de aula e os muros da Escola Estadual Bispo Dom Mateus, em Mombuca. A menos de um mês para o início do Mundial de futebol e, em meio a inúmeras manifestações contra sua realização no Brasil devido aos gastos abusivos, professores, funcionários e diretoria se uniram para levar a 200 alunos de ensino médio um pouco de conhecimento acerca dos 32 países que disputarão a competição a partir do dia 12 de junho.

O projeto Bispo na Copa começou nas aulas de Geografia, com o professor Luiz Cláudio Tempesta. Idealizador do projeto, ele conta que a disciplina trabalhou vários aspectos de cada país, como a língua, a população, a área e o continente, além das bandeiras. “Nós montamos as bandeiras numa cartolina e, embaixo, colocamos as características dos países”, explica.

Na sequência, os estudantes fizeram um mapa mundi, no qual pintaram apenas os países que virão à Copa. Depois, durante as aulas de História, também ministradas por Tempesta, pesquisaram fatos históricos de cada nação. Em paralelo, a professora de Artes Angela Quagliato realizou um concurso de silhuetas e selecionou os melhores desenhos para fazerem parte da nova pintura externa.

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“Terminados os trabalhos de Geografia e História, medimos o muro da escola e o dividimos em 32 partes para desenharmos todas as bandeiras na mesma sequência da tabela de jogos”, recorda o professor.

Estudantes do 1º ao 3º ano desenharam o mascote da Copa 2014 no muro principal (Foto: Túlio Darros/O Semanário)
Estudantes do 1º ao 3º ano desenharam o mascote da Copa 2014 no muro principal (Foto: Túlio Darros/O Semanário)

Segundo a diretora, Kátia Barbosa, a ideia era criar jogadores em movimento. “Os ganhadores do concurso se posicionaram no muro, a Angela os desenhou e depois eles mesmos pintaram. Foi um trabalho legal e saiu melhor do que esperávamos, tanto em relação ao envolvimento, quanto ao resultado final. Quando você vem de Rio das Pedras dá um efeito interessante”, afirma.

Durante 40 dias, o projeto Bispo na Copa envolveu todos os alunos do período vespertino e noturno – não há aulas matutinas –, os 15 professores e os dez funcionários da Escola Bispo Dom Mateus. “A prefeitura ajudou com as tintas”, completa Kátia.

Para encerrar as atividades, Luiz Cláudio Tempesta pensa em sortear os países participantes entre os estudantes de cada turma e, aqueles que tirarem o futuro time campeão ganharão um “super” prêmio ainda não determinado. Em virtude do final da Copa, que se encerra na metade de julho, os sortudos serão conhecidos após as férias. Até lá, os alunos terão que torcer pelos países que estiverem no “papelzinho”. Alívio para aquele que tirar o Brasil.

O estudante do 2º ano Vinícius Papa, 16, diz ter aprendido bastante com o projeto. Para ele, trata-se de uma iniciativa importante para a valorização da escola como um todo. “Aprendemos muito sobre os países, sua população e habitantes”, conta o aluno, cuja participação nas atividades chamou a atenção de Kátia e Tempesta.

“Eu pintei a bandeira [do Brasil], ajudei a pintar a parte branca, ajudei em quase tudo. Foi a minha primeira experiência com pintura, mas agora já dá até para pintar casas, trabalhar como pintor”, brinca Papa.

O reflexo das manifestações

A última Copa do Mundo realizada no Brasil aconteceu em 1950. Hoje, 64 anos depois, uma competição de nível mundial como essa já não recebe mais o mesmo apreço que antigamente, especialmente dos mais jovens. Mesmo distantes dos atos contra a Copa, os estudantes da escola estadual apoiam os movimentos. “Eles acham que outros setores têm prioridades”, revela o professor de Geografia, História e vereador de Mombuca.

Em uma cartolina, cada aluno desenhou as 32 bandeiras com informações sobre os países que virão para o Brasil disputar o Mundial de futebol (Foto: Túlio Darros/O Semanário)
Em uma cartolina, cada aluno desenhou as 32 bandeiras com informações sobre os países que virão para o Brasil disputar o Mundial de futebol (Foto: Laila Braghero/O Semanário)

Segundo Tempesta, a opinião da maioria dos adolescentes pôde ser percebida durante uma aula de Filosofia, na qual se discutiu a respeito dos “rolezinhos” (encontros de centenas de pessoas em locais públicos, como shoppings centers). “E, eles também apoiam os ‘black blocs’ [agrupamento de pessoas para uma ação ou propósito conjunto]. Deve ser influência da mídia ou porque são jovens, não sei dizer.”

No entanto, acrescenta, o projeto Bispo na Copa foi bem aceito em todas as turmas, devido ao bombardeio de informações relativas ao tema também divulgadas pela imprensa nacional. “Os alunos adoram porque a mídia só fala nisso. Então, eles se envolvem porque querer ficar por dentro do assunto.”

Contudo, para fazer com que os estudantes reflitam antes de acreditarem nas manchetes dos grandes jornais, Kátia deixa claro que os professores conversam com os jovens. “Discute-se a parte positiva e a negativa, porque não podemos apresentar algo como ‘não tem saúde, nem educação no Brasil por causa da Copa’. E os anos que não tivemos Copa? Por que a saúde e a educação não foram nota dez?”, questiona a diretora.

Argentina Francês

Na Escola Municipal Professora Argentina Francês, o tema do projeto desenvolvido este ano também é a Copa do Mundo, assim como em todas as unidades de ensino da Rede Municipal de Educação de Mombuca. Uma das atividades foi a pintura do muro da escola.

Um grupo de alunos, orientados pelo professor de Artes e Música Israel Pereira, fez pinturas alusivas à Copa em várias extensões da parede. A ideia motivou os estudantes, os quais estão preparando agora uma exposição temática. De acordo com a direção da escola, as atividades são desenvolvidas nos ciclos I e II do ensino fundamental.

Os projetos e atividades relacionados a temas atuais estão sempre presentes na Rede Municipal de Educação, segundo a prefeita Maria Ruth de Oliveira (PR), com o objetivo de levar o aluno a refletir e aprender com a realidade do país.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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