O homem, rico e feliz com sua mansão, saiu todo entusiasmado, dizendo:
“Agora, sim. Chegou a minha vez!
Já posso me preparar para a mudança”.
E assim foi feito.
Contratou pessoas para levar a mudança, arrumar tudo e mobiliar a casa nova.
E pronto. Naquela noite, já iria dormir como um rei!
Do lado de fora do portão, um velhinho, sentadinho, sem atrapalhar ninguém, via tudo.
Todos os dias estava ali.
Até que, quando foi fechar o portão, o homem resolveu perguntar àquele senhor por que ele estava ali todos os dias.
O velhinho respondeu:
“Eu moro aqui”.
Sem entender, o homem rico disse:
“Mora aqui onde? Este terreno só tinha mato e muita sujeira”.
“Sim”, disse o velhinho.
“O senhor mandou limpar tudo, e até a capelinha que estava bem ali, onde o senhor construiu seu quarto. E ali, vou continuar dormindo.
Devia ter prestado mais atenção.
E ser mais compreensivo com os pobres.
Todos têm o mesmo direito”.
Eis que o rico precisou ser socorrido, e não pôde ocupar aquela mansão, que está em ruínas até hoje.
Ali, ninguém teve coragem de entrar.
O mato, com cipós e espinhos, tomou conta de tudo.
Assim, tudo o que desejou para os mais pobres, aconteceu com ele,
o senhor da mansão.