Não é de hoje que grandes grupos e empresas privadas mandam e desmandam, principalmente em pequenas cidades interioranas. Algumas delas, ainda tentam mascarar atitudes que só prejudicam a população local em favor do ‘lucro maior’, com projetos sociais e incentivos culturais ou esportivos.
Enfim, até quando a população será obrigada a ‘engolir tanto sapo’?
Para as bandas de cá, as cidades acompanham há anos o descaso da concessionária Rodovias do Tietê, responsável pelas principais rodovias que cercam a microrregião. Só aqui mesmo para você pagar por um serviço que não é prestado no ‘ato da compra’. Ou seja, o povo financia algo que não sabe se um dia vai ter.
Na rodovia Jornalista Francisco Aguirre Proença (SP-101), no trecho que liga Capivari à Monte Mor e Rafard a Tietê, pista simples e acostamento com aquela qualidade. E o valor, aquela pechincha, R$ 4,90 para veículos de passeio no pedágio em Rafard e R$ 6,90 em Monte Mor.
O mesmo acontece no trecho da rodovia Comendador Mário Dedini (Rodovia do Açúcar SP-308), que liga Capivari à Salto, mais uma vez, tráfego intenso, pista simples e loteada de radares. Preço: R$ 3,40.
O único trecho que já recebeu melhorias é o que liga Capivari à Piracicaba, também na SP-308. No entanto, quem utiliza frequentemente é obrigado a dividir espaço com alguns buracos. E a duplicação não saiu barata para os motoristas, ali na praça de pedágio em Rio das Pedras você é obrigado a desembolsar R$ 7,50.
E o salário ó!
Críticos de plantão dirão “ah, vocês só sabem reclamar; e os empregos gerados?; e os atendimentos nas estradas; blá blá blá”. Ora, quem tem uma empresa, indústria ou comércio, não é obrigado a custear toda a estrutura para oferecer um produto ou serviço de qualidade aos consumidores?
O pior de tudo, é ver esses grupos, que não tem qualquer ligação com a cidade ou respeito com o cidadão que aqui reside, simplesmente chegar, cavar um buraco e fechar ‘a porta da sua casa’, ou então, passar um guard-rail na frente da sua propriedade, impedindo o seu direito de ir e vir.
Pior ainda, é ter que pagar por isso e ficar a mercê, de quem sabe um dia, receber o mínimo do que está contratando, que é uma pista segura, com fluidez no trânsito, com acostamento e asfalto de qualidade. Afinal, eles estão sendo pagos pra isso, e não é pouco.
Para exemplificar um caso aqui pertinho. Uma pessoa que resida no Km 58 e trabalhe no Centro de Rafard, ou vice-versa, e tem que se deslocar no mínimo duas vezes ao dia (ir e voltar), vai desembolsar R$ 9,80 por dia. No fim do mês, esse cidadão terá gasto cerca de R$ 300. No fim de 12 meses, serão cerca de R$ 3.600,00. Acha pouco?
Todos têm o direito de cobrar por serviços melhores, por dias melhores, por respeito.